Maria Tereza Pádua é primeira brasileira e segunda mulher a receber mais alta condecoração ambientalista do mundo
A agrônoma e conservacionista paulista Maria Tereza Jorge Pádua recebeu um importantíssimo reconhecimento internacional pelas mais de cinco décadas de trabalho dedicado à preservação da natureza no Brasil. No mês passado, durante a realização, no Havaí, do Congresso Mundial de Conservação 2016, o maior evento sobre o tema no mundo, ela foi condecorada com a medalha comemorativa John C. Phillips. Desde 1963, somente uma outra mulher havia recebido a distinção: Indira Gandhi, ex-primeira ministra da Índia, em 1984.
“Estou muito feliz por receber esse prêmio. Espero que o reconhecimento ajude nosso país a conservar mais suas áreas protegidas e estimule uma nova postura em relação à natureza”, afirmou Maria Tereza, logo após receber a premiação.
Ao longo de sua vida profissional, Maria Tereza teve papel fundamental na criação de mais de 15 parques nacionais e Unidades de Conservação (UCs) no país, áreas designadas pelo governo como locais de proteção da fauna e flora e preservação da biodiversidade brasileira. Entre os mais de 9 milhões de hectares protegidos estão, por exemplo, a Chapada Diamantina, a ilha de Fernando de Noronha, o Pico da Neblina e a Serra da Capivara.
A paixão pelo meio ambiente Maria Tereza herdou do pai, através dos livros dados por ele e as noites ao ar livre no sítio da família, situado em uma área de Mata Atlântica. Aos 23 anos, formou-se em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras, em Minas Gerais (eram apenas duas mulheres na turma e quatro na universidade toda). “Éramos chamados de loucos e poetas”, contou ela em entrevista ao Blog do Observatório de UCs, do WWF Brasil.
Durante 18 anos, a ativista trabalhou no Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), órgão que precedeu o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).
Ao longo das últimas décadas, participou no conselho das mais importantes organizações mundiais ligadas à conservação da natureza, como a International Union for Conservation of Nature (IUCN), World Resources Institute (WRI) e WWF-International.
Depois de anos de trabalho intenso, aos 73 anos, Maria Tereza continua exercendo seu ativismo. É conselheira da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e membro do Conselho da Fundação Pró-natureza (Funatura) e da Comissão Mundial de Áreas Protegidas (WCPA) da UICN.
Em 1981, a brasileira já tinha tido seus esforços pela conservação reconhecidos ao receber o J. Paul Getty Wildlife Conservation Prize . No vídeo abaixo, você confere entrevista de Maria Tereza, em que ela afirma que a principal ferramenta para combater as mudanças climáticas é a criação de mais Unidades de Conservação.
Foto: divulgação
Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.
Motivo de muito orgulho pra gente! Mulher e Brasileira! Show!
Essa matéria não expressa a verdade. A maior distinção ambiental mundial é o Prêmio Unep-Sassakwa, concedido pela ONU. Apenas dois brasileiros receberam: Chico Mendes e Dener Giovanini. Procure se informar melhor e tenha a dignidade de corrigir o texto.
Prezado Fábio,
Obrigado pelo seu comentário. Achamos que o mais importante é reconhecer o trabalho de Maria Tereza Pádua, que dedicou sua vida a cuidar da natureza brasileira, seja lá qual prêmio ela tenha recebido.
Abraço,
Suzana