Apesar do plano anunciado em 2022 pelo governo da Austrália para evitar que mais plantas e animais entrassem em extinção no país, treze novas espécies da fauna e flora foram incluídas na lista daquelas que estão sob risco de desaparecer. No total, já são mais de 2 mil ameaçadas – mais exatamente 2.224.
As novas adições à lista incluem oito animais e cinco plantas. Entre elas estão a tartaruga-de-nariz-de-porco (Carettochelys insculpta), a rã-de-pughi (Philoria pughi) e três espécies de peixes (Dalhousie ssp.) criticamente ameaçados, ou seja, um estágio antes de sumirem da natureza.
Já entre as plantas que foram adicionadas à lista oficial estão arbustos floridos, uma árvore da floresta tropical, uma margarida e uma espécie de orquídea. Todas também muito ameaçadas.
As principais ameaças tanto a esses animais como às plantas são a perda e a degradação de seus habitats. Já faz algum tempo que a Austrália tem recebido muitas críticas de organizações não-governamentais da área ambiental sobre a inação do governo para proteger sua biodiversidade. O país possui muitas espécies endêmicas que só existem ali e em nenhum outro lugar do mundo.
“A Austrália tem a maior quantidade de espécies de répteis do planeta e mais de 90% delas não são encontradas em nenhum outro lugar, então é realmente triste ver mais três lagartos adicionados à lista”, lamentou Darcie Carruthers, representante da Australian Conservation Foundation.
O ambientalista cita, por exemplo, um lagarto sem pernas, o Delma vescolineata, só descrito em 2022 e que agora, dois anos depois, já é declarado ameaçado de extinção.
“Mais de 90% da área conhecida desse lagarto na Nova Gales do Sul foi danificada pela mineração a céu aberto e agricultura. Existem pelo menos 20 minas de carvão dentro da área de habitat conhecida da espécie”, critica.
Ainda segundo ele, os rios onde vivem a maioria dos peixes incluídos na lista tiveram sua bacia dragada para atender à demanda da extração de água para a mineração, operações petrolíferas e uso agrícola.
“Tudo isso só mostra que nossas leis ambientais são impotentes para impedir que plantas e animais australianos sejam destruídos intencionalmente”, alerta Carruthers.
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Foto de abertura: Gerald Schneider / Creative Commons / Flickr