*Texto atualizado em 22/02/22 para alterar os números de vítimas dos deslizamentos de morros em Petrópolis.
“A gente está vivendo um verdadeiro caos”. É desta maneira que uma moradora de Petrópolis definiu a situação no momento na cidade serrana do Rio de Janeiro, que enfrenta uma das maiores tragédias de sua história. Na última segunda-feira (15/02), em seis horas choveu a média esperada para o mês inteiro de fevereiro. A terra trazida pelos deslizamentos de morros soterrou casas, provocou enxurradas pelas ruas e foi levando tudo o que encontrava pela frente. Ônibus foram carregados pela água e passageiros morreram afogados. O número de mortos já chega a 183 e mais de 100 pessoas continuam desaparecidas.
Equipes da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e voluntários, não apenas de Petrópolis, mas também dos municípios vizinhos, trabalham no meio da lama tentando resgatar possíveis sobreviventes. Entretanto, infelizmente voltou a chover nas últimas horas, há previsão de novas pancadas e com isso, temor que mais deslizamentos aconteçam. Em diversos momentos, as buscas foram suspensas e a sirene de alerta tocou na cidade.
Ainda há esperança que pessoas estejam vivas embaixo da lama
Uma das áreas que concentra os maiores esforços é a do Morro da Oficina, onde várias casas foram soterradas. Os bombeiros explicam que esse é um trabalho que exige muita técnica e paciência. É necessário silêncio para poder ouvir o possível chamado de algum sobrevivente, que ainda esteja vivo, embaixo da terra, e um olhar atento para qualquer movimento. Os cães farejadores são essenciais nesse momento.
O resto da cidade também lembra um campo de guerra. O centro de Petrópolis está sob lama. Lojas foram invadidas pela água e comerciantes tiveram imensos prejuízos. Os ônibus ainda não voltaram a circular e em muitos bairros o acesso à água ainda não foi reestabelecido.
Entrega de água potável: em muitos bairros o abastecimento continua interrompido
Pontos de apoio e doações
As centenas de pessoas desabrigadas, que perderam suas casas, foram encaminhadas para diversos locais de Petrópolis, onde recebem ajuda. Esses mesmos lugares também estão aceitando doações. Abaixo uma lista deles:
- Centro de Educação Infantil Chiquinha Rolla
- Escola Estadual Augusto Meschick
- Escola Municipal Alto Independência
- Escola Municipal Ana Mohammad
- Escola Municipal Doutor Paula Buarque
- Escola Municipal Doutor Rubens de Castro Bomtempo
- Escola Municipal Duque de Caxias
- Escola Municipal Governador Marcello Alencar
- Escola Municipal Odette Fonseca
- Escola Municipal Papa João Paulo II
- Escola Municipal Rosalina Nicolay
- Escola Municipal Stefan Zweig
- Escola Paroquial da Igreja Bom Jesus
- Quadra do Boa Esperança Futebol Clube
- Paróquia São Paulo Apóstolo no bairro de Copacabana
No momento, os itens mais necessários são colchões, colchonetes, kits de higiene (escovas de dente e de cabelo, sabonete, xampu), roupas de bebê e crianças, mamadeiras, chupetas e lenços umedecidos, sapatos infantis e de adultos, roupas íntimas, lençóis e toalhas de banho, leite e outros alimentos não-perecíveis.
Como ajudar se você não mora no estado do Rio de Janeiro
Há várias campanhas sendo promovidas por organizações sérias e confiáveis para arrecadar recursos para ajudar os desalojados e vítimas da catástrofe em Petrópolis.
A seguir, algumas delas, caso você queira fazer parte dessa importante corrente de solidariedade:
Centro de Defesa dos Direitos Humanos – Petrópolis
PIX CNPJ: 27.219.757/0001-27
SOS Serra
PIX: (24) 99303-8885
Certifique-se que você está contribuindo com essas instituições. Infelizmente há perfis e chaves PIX falsos!
Colchões e colchonetes são um dos itens mais necessários no momento
*Texto atualizado às 17h17 para informar o aumento no número de desaparecidos
Fotos: reprodução Facebook Governo do Rio de Janeiro
