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Mais 700 animais entram na Lista Nacional de Espécies Ameaçadas de Extinção, que dobrou de tamanho em oito anos

Mais 700 animais entram na Lista Nacional de Espécies Ameaçadas de Extinção, que dobrou de tamanho em oito anos

1.399 espécies da fauna brasileira fazem parte agora da Lista Nacional de Espécies Ameaçadas de Extinção. São animais que correm o risco de desaparecer das florestas, matas, rios, mares e outros ecossistemas brasileiros. Alguns deles, inclusive, já constam como ‘extintos na natureza’, como é o caso das aves mutum-de-alagoas (Pauxi mitu) e gritador-do-nordeste (Cichlocolaptes mazarbarnetti).

Em sua última atualização, em 2014, a lista continha 698 espécies. Na época, foram avaliados 12.256 táxons da fauna. No mais novo levantamento, finalizado em 2021, esse número dobrou, com a inclusão de 701 espécies com algum grau de ameaça, entre eles, uma nova espécie de boto-cor-de-rosa do Araguaia, o caranguejo guaiamum e o peixe piabanha.

Elaborado pela Comissão Nacional da Biodiversidade (Conabio), o levantamento ainda precisa passar pela avaliação do Ministério do Meio Ambiente antes de ser oficialmente publicado.

De acordo com o Instituto Chico Mendes para a Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão ligado ao Ministério do Meio Ambiente, os principais responsáveis pelas ameaças à sobrevivência dessas espécies da nossa fauna são a perda e degradação do habitat, principalmente decorrente da expansão agrícola e urbana e da instalação de grandes empreendimentos, como hidrelétricas, portos e mineração. Para as espécies marinhas, a pesca excessiva, seja direcionada ou incidental, é apontada como o maior risco para a extinção.

Um estudo divulgado no ano passado revelou que mais de 90% das 14 mil espécies de animais e plantas da Amazônia já foram impactadas por incêndios. E infelizmente, espécies raras e endêmicas, com habitat restrito, foram as mais atingidas pelo fogo.

Na lista os animais aparecem classificados nas seguintes categorias:

Extinta (EX) – quando não restam quaisquer dúvidas de que o último indivíduo da espécie tenha desaparecido;
Extinta na Natureza (EW) – quando a sobrevivência da espécie é conhecida apenas em cultivo, cativeiro ou como populações naturalizadas fora da sua área de distribuição natural;
Criticamente em Perigo (CR) – quando as melhores evidências disponíveis indicam que se atingiu qualquer um dos critérios quantitativos para Criticamente em Perigo, e por isso considera-se que a espécie está enfrentando risco extremamente alto de extinção na natureza;
Em Perigo (EN) – quando as melhores evidências disponíveis indicam que se atingiu qualquer um dos critérios quantitativos para em Perigo, e por isso considera-se que a espécie está enfrentando risco muito alto de extinção na natureza;
Vulnerável (VU) – quando as melhores evidências disponíveis indicam que se atingiu qualquer um dos critérios quantitativos para Vulnerável, e por isso considera-se que a espécie está enfrentando risco alto de extinção na natureza;
Quase Ameaçada de Extinção (NT) – quando, ao ser avaliado pelos critérios, a espécie não se qualifica atualmente como Criticamente em Perigo, Em Perigo ou Vulnerável, mas se aproxima dos limiares quantitativos dos critérios, sendo provável que venha a enquadrar-se em uma categoria de ameaça em futuro próximo;
Menos Preocupante (LC) – quando a espécie, não se qualifica como CR, EN, VU ou NT;
Dados Insuficientes (DD) – quando não há informação adequada sobre a espécie para fazer uma avaliação direta ou indireta do seu risco de extinção, com base na sua distribuição e/ou estado populacional;
Não aplicável (NA) – Espécie que, embora registrada no Brasil, ocorre em proporção extremamente baixa no território nacional (normalmente < 1% de sua população global), ou não é uma população selvagem ou é apenas uma visitante ocasional;
Não Avaliada (NE) – Espécie não avaliada pelos critérios de avaliação de risco definidos.

Ainda segundo o ICMBio, as espécies classificadas como NT ou DD são consideradas prioritárias para pesquisas sobre o estado de conservação.

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Foto de abertura: Val Campos (Caiarara Kaápor – Cebus kaapori)/reprodução site ICMBio

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