Maior peixe de água doce do mundo, uma raia de 300 kg, é encontrada em rio do Camboja

Maior peixe de água doce do mundo, uma raia de 300 kg, é encontrada em rio do Camboja

É simplesmente impressionante: 300 kg e quase 4 metros de comprimento e 2,2 metros de largura. Essas são as dimensões da gigantesca raia encontrada por um pescador no rio Mekong, no Camboja. A descoberta se deu no dia 13 de junho, quando o homem se deparou com o imenso animal na ilha de Koh Preah e entrou em contato com uma organização local alertando que tinha achado uma “raia bem grande”.

“Em 20 anos pesquisando peixes gigantes em rios e lagos em seis continentes, este é o maior peixe de água doce que encontramos ou que foi documentado em qualquer lugar do mundo”, afirmou Zeb Hogan, biólogo que lidera o projeto de conservação Wonders of the Mekong.

A raia gigante, uma fêmea, é da espécie Urogymnus pol­ylepis. Observada em grandes rios e estuários no sudeste da Ásia e Bornéu, ela está ameaçada de extinção. Como atualmente é muito raro avistá-la, pouco se sabe sobre seu comportamento e características.

Todavia, essa é quarta raia gigante avistada na mesma região nos últimos dois meses, todas elas fêmeas (mas nenhuma tão grande como essa última). Pesquisadores desconfiam que a área pode ser um importante local de desova para a espécie.

Maior peixe de água doce do mundo, uma raia de 300 kg, é encontrada em rio do Camboja

Antes de devolver o animal gigante ao rio, cientistas instalaram um dispositivo de rastreamento perto da cauda e assim conseguirão monitorá-la.

Ao trabalhar com as comunidades locais, os pesquisadores do Wonders of the Mekong recebem notificações de quaisquer raias gigantes capturadas acidentalmente por pescadores.

O rio Mekong percorre seis países: Camboja, Laos, Tailândia, China, Mianmar e Vietnã. Apesar de sua rica biodiversidade, enfrenta graves problemas com a expansão urbana e a poluição.

Maior peixe de água doce do mundo, uma raia de 300 kg, é encontrada em rio do Camboja

Muitas espécies de peixes do Mekong realizam migrações de curta ou longa distância como parte de seus ciclos de vida para acessar habitats importantes, como planícies aluviais, piscinas profundas e florestas inundadas. “Compreender quando e para onde os peixes migram é importante para garantir que os habitats-chave permaneçam conectados e para que eles possam completar seus ciclos de vida”, ressalta a equipe do projeto.

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Fotos e informações: Fishbio

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Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.