Além de pedir a extradição do ativista Paul Watson (contamos sobre a prisão dele na Groenlândia, aqui), em 1º de agosto, o Japão anunciou a liberação para a caça da baleia-comum ou baleia-fin (Balaenoptera physalus).
Esta semana, capturou o primeiro indivíduo da espécie na costa da província de Iwate: um macho de 19,6 metros e 55 toneladas.
A baleia-comum é o segundo maior animal do mundo (perde em tamanho apenas para a baleia-azul) e é classificada pela IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), em sua Lista Vermelha, como vulnerável à extinção. No entanto, em maio de 2024, foi incluído na lista de espécies que o país pretendia capturar.
Na ocasião, o Ministério da Agricultura, Silvicultura e Pesca japonês declarou que permitiria a caça de 59 baleias-fin, juntamente com as cotas existentes para baleias-minke, baleias-de-bryde e baleias-sei.
A justificativa do Japão para capturar a baleia-comum foi de que sua população teve “boa recuperação no Pacífico Norte a ponto de poderem ser caçadas de forma sustentável”. No entanto, a declaração foi amplamente criticada pela maioria dos especialistas e o governo australiano logo se manifestou contra.
De acordo com Catherine Bell, diretora de política internacional do IFAW – International Fund for Animal Welfare (Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal), colocar a baleia-fin na mira de caçadores, em 2024, “é um grande erro para o Japão, para as baleias e para a comunidade internacional que trabalha para protegê-las. Apelamos ao Japão para retirar imediatamente essa decisão indefensável”, declarou ela em nota enviada à IFLScience.
Não foi à toa que, em 2019, o país se retirou da Comissão Baleeira Internacional (IWC), painel mundial que busca regular a indústria baleeira, do qual 88 países são membros.
Agora, com a caça do primeiro indivíduo de baleia-comum, o país inicia mais uma fase sangrenta nos mares. A baleia-comum foi capturada pela empresa Kyodo Senpaku com seu novo navio baleeiro, o Kangei Maru.
Paul Watson seguia no encalço desse navio quando parou com sua equipe para abastecer seu barco e foi preso na Groenlândia. Há muito tempo, ele suspeita que o Japão está caçando fora de suas águas territoriais, como havia se comprometido.
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Foto (destaque): Wikimedia Commons