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Homem em Curitiba “se gaba” nas redes sociais de interação indevida e perigosa com capivaras em parque da cidade

Homem em Curitiba "se gaba" nas redes sociais de interação indevida e perigosa com capivaras em parque da cidade

Alertas são feitos constantemente por especialistas. E não faltam registros que comprovam que a interação entre seres humanos e animais selvagens, mesmo que em ambientes urbanos, deve ser evitada. No ano passado, no entorno da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, uma mulher tentou defender sua cachorra do ataque de capivaras e acabou sendo ferida. Outros episódios semelhantes aconteceram próximo ao Lago do Paranoá, em Brasília.

Além de poderem se tornar agressivas, caso se sintam ameaçadas, capivaras são transmissoras de doenças como a raiva e hospedeiras do carrapato-estrela.

Mas há pessoas que parecem ignorar por completo essas recomendações. E ainda se gabar desse comportamento indevido e perigoso nas redes sociais. Um desses (péssimos) exemplos é de um internauta, um homem em Curitiba, que usa seu perfil no Instagram para postar diversas interações com capivaras num dos parques mais famosos da capital paranaense, o Barigui.

Em alguns vídeos*, ele toca e “faz carinho” nos animais. Em outros, coloca óculos e gorros nas capivaras, que chama de “Camaradinha Capi do Barigui”.

O diretor do Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna da Prefeitura de Curitiba, Edson Evaristo, viu as postagens no Instagram e ficou indignado.

“A reação é de perplexidade. Vamos reforçar a comunicação com a sociedade para que tal prática não vire moda. Recebemos outros vídeos de interação com capivaras no parque. É uma atitude antinatural essa investida em humanização (fazer carinho, colocar chapéu e óculos) de animais selvagens por motivação questionável”, ressalta.

Evaristo explica que capivaras são espécies que não passaram por processo de domesticação, como cães e gatos, com quem os humanos estão acostumados a manter contato físico. “As reações dos selvagens, por este motivo, acabam sendo imprevisíveis e podem causar danos severos. Além disso, a aproximação exagerada amplifica os riscos de transmissão de doenças. Nós prezamos muito pela fauna silvestre da cidade, mas uma atitude responsável da população inclui respeitar o animal, mantendo distância segura para ambos e apenas observar a execução dos seus comportamentos naturais sem interferências”.

Ele lembra ainda que os animais são nativos da região, ou seja, não foram “colocados” no parque. Estão em seu ambiente natural e os seres humanos devem se manter sempre distantes dos mesmos.

O Conexão Planeta enviou mensagens para os perfis do Facebook e do Instagram do morador de Curitiba que aparece nas imagens e tem publicado os vídeos. Perguntamos o que ele teria a dizer sobre a interação, mas não tivemos resposta.

*Por motivos de direitos autorais, o Conexão Planeta não irá reproduzir os vídeos nessa reportagem.

Leia também:
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Fotos: reprodução Instagram

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Capifriend
Capifriend
1 ano atrás

Tem que ser muito ranzinza e de má com a vida pra se incomodar com uma pessoa fazendo carinho em uma capivara. A matéria cita que a capivara pode transmitir raiva e atacar humanos, gostaria de saber quantos “ataques” ocorreram nos últimos anos? Se a pessoa se submete a interagir com a capivara esta disposta a assumir os riscos. E neste mesmo período quantas pessoas sofreram ataques de cachorros, o mesmo também não transmite raiva?
Levem a vida com leveza. Saudações capivarianas.

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