Greta Thunberg atravessará o Atlântico a bordo de um veleiro de regata para participar da Cúpula do Clima, em Nova York

A adolescente sueca que, em 2018, inspirou jovens de todo o mundo contra as mudanças climáticas e a inação dos adultos, é super firme em seu propósito. Assim que se tornou ativista pelo clima, parou de comer carne e alimentos de origem animal e virou vegana. A família a acompanhou nas transformações que fez em seu cotidiano e até trocou o carro por um modelo elétrico, que só sai da garagem em último caso.

Greta Thunberg não viaja de avião: quando necessário e possível, vai de trem, como aconteceu quando foi à Davos, na Suíça, para participar do Fórum Econômico Mundial: a viagem durou 32 horas! Quando foi indicada pela revista Time como um dos dez jovens mais influentes do mundo, posou para a fotógrafa holandesa Hellen van Meene, próximo ao Parlamento sueco em Estocolmo, durante uma das greves semanais pelo clima, no final de abril. Em respeito à garota, Hellen também não viajou de avião: a viagem de Heiloo, sua cidade natal, no norte da Irlanda, para a capital sueca, levou dois dias de trem.

Por isso, a participação da menina na Cúpula de Ação Climática (reunião preparatória para a Conferência Internacional (COP25), em Santiago, no Chile, em dezembro), que acontecerá na sede da ONU, em Nova York, em 23 de setembro, era incerta. Mas, na semana passada, ela confirmou presença, muito animada, em suas redes sociais.

Isso só foi possível graças ao convite de Pierre Casiraghifilho mais jovem da Princesa Caroline de Mônaco –, e do alemão Boris Hermann, que comandam a equipe de regata Malizia. O primeiro é fundador da equipe e os dois pilotam o veleiro de regata Malizia II (foto acima), que é carbono zero. Construído em 2015, o barco é blindado e equipado com painéis solares e turbinas submarinas que permitem produzir eletricidade.

Em seu Instagram, a ativista contou: “Me ofereceram um lugar no veleiro de regata ‘Malizia II’. Atravessaremos o oceano Atlântico em meados de agosto, do Reino Unido até Nova York”. Na verdade, ela confirmou participação na COP25 também. Ela viajará na companhia de seu pai, Svante Thunberg e pelo cineasta Nathan Grossman, da B-Reel Films, que documentarão a jornada. Na foto abaixo, Greta e Svante aparecem ao lado de Boris Hermann.

Greta ainda ressaltou que, como qualquer barco de corrida, o Malizia II tem patrocinadores, mas, para a viagem até Nova York, a equipe se comprometeu a remover todos logotipos. “Não há nenhum dinheiro ou pagamentos futuros envolvidos. Eles me ofereceram uma carona grátis porque apoiam a minha causa”.

Por isso, Quando içar vela, o Malizia II exibirá o nome do movimento liderado por Greta no mundo: Fridays For Future. Muito legal!

Em comunicado à imprensa, Casiraghi e Hermann disseram que acreditam na conscientização sobre as emissões e a poluição globais. “Convencer governos e instituições internacionais a dar um passo e aplicar leis que protegerão a raça humana e a biodiversidade é da maior importância para o futuro da humanidade“.

Em um de seus posts sobre a viagem de barco, Greta também falou sobre suas reflexões a respeito do clima. “A ciência é clara. Precisamos começar a dobrar a curva de emissões para baixo com força o mais tardar em 2020, se ainda quisermos ter uma chance de ficar abaixo de um aumento global de temperatura de 1,5 grau”. 

Turnê climática pela América

Greta quer aproveitar a viagem aos Estados Unidos para participar de “grandes manifestações climáticas”, marcadas para a Semana do Clima – de 20 a 27 de setembro. Ela também quer visitar o Canadá e o México. Em seguida, irá a Santiago, no Chile, para participar da COP25, no inicio de dezembro.

A COP25 é a 25a. Conferencia Internacional sobre Mudanças Climáticas da ONU, que seria realizada no Brasil, mas que Bolsonaro se recusou a receber no país, assim que assumiu a presidência do país. Com esse passo, revelou seu apoio aos negacionistas climáticos. Uma vergonha para um país que, muitas vezes, liderou os debates sobre o tema e inspirou a adesão de outros países.

Fotos: Divulgação

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Mônica Nunes

Jornalista com experiência em revistas e internet, escreveu sobre moda, luxo, saúde, educação financeira e sustentabilidade. Trabalhou durante 14 anos na Editora Abril. Foi editora na revista Claudia, no site feminino Paralela, e colaborou com Você S.A. e Capricho. Por oito anos, dirigiu o premiado site Planeta Sustentável, da mesma editora, considerado pela United Nations Foundation como o maior portal no tema. Integrou a Rede de Mulheres Líderes em Sustentabilidade e, em 2015, participou da conferência TEDxSãoPaulo.