Gigante do turismo para de vender pacotes para parques com orcas em cativeiro

Gigante do turismo para de vender pacotes para parques com orca

Thomas Cook, uma das maiores empresas da área de turismo do Reino Unido, anunciou que não oferecerá mais pacotes para parques de diversão que tenham atrações com baleias orcas mantidas em cativeiro.

Com a decisão, a agência deixará de vender pacotes para o Sea World, nos Estados Unidos, e o Loro Parque, na Espanha.

No ano passado, a Thomas Cook adotou uma política de bem-estar animal em relação a seus pacotes turísticos. O objetivo era se certificar que as atrações incluídas nas viagens seguiam 100% das determinações previstas pela Associação Internacional de Agentes e Operadores de Turismo (ABTA, na sigla em inglês).

A empresa britânica realizou auditorias particulares em 49 parques. Vinte e nove deles apresentaram condições insatisfatórias e com isso, foram excluídos de seus pacotes.

Agora somam estes outros dois à lista anterior. Além das auditorias, a Thomas Cook também fez uma pesquisa com seus clientes e 90% deles afirmou que era importantíssimo para eles que a agência de turismo escolhida levasse a questão de bem-estar animal seriamente.

“Tenho certeza de que é este tipo de companhia que queremos ser. É por isso que apresentamos nossa política de bem-estar animal há 18 meses e é por isso que tomamos essa decisão hoje. E quando muitos de nossos clientes sabem claramente o que desejam, não posso permitir que nossa empresa os ignore”, destacou Peter Fankhauser, CEO da Thomas Cook.

Desde que o documentário BlackFish: fúria animal foi lançado, em 2013, o SeaWorld nunca mais foi o mesmo. Exibido em vários festivais de cinema, durante um ano (novembro de 2014 a 2015) o filme invadiu as casas das famílias norte-americanas exaustivamente pela CNN, o que pode ter ajudado a ampliar a consciência sobre a gravidade desse negócio, além de ter preparado terreno para outras ações importantes.

Tanta pressão culminou, em novembro de 2015, com a decisão do parque aquático da cidade de San Diego, na Califórnia, de começar a reduzir as performances de longa duração e substituí-las por experiências educacionais, como noticiamos aqui. E, em março de 2016, sua direção divulgou que encerraria a reprodução de baleias orca em cativeiro. Ou seja, a atual geração é a última que será mantida pelo parque que ainda se compromete a não retirar mais mamíferos marinhos de seu habitat natural. A última vez que isso aconteceu com uma orca foi há 40 anos (leia a reportagem completa aqui).

É cada vez maior a pressão da sociedade e de organizações de proteção sobre parques que utilizam bichos como “atração”. O site internacional TripAdvisor anunciou, em outubro de 2016, que não venderia mais pacotes turísticos envolvendo contato com animais.

O relatório Wildlife Abusement Park, divulgado recentemente pela organização internacional World Animal Protection revelou a situação deplorável que animais enfrentam em “parques de diversão” em Bali, ilha que recebeu mais de 5 milhões de turistas em 2017. Foram investigados 26 locais que oferecem este tipo de turismo. Nenhum deles tinha as mínimas condições necessárias para cuidar de animais em cativeiro, como você confere neste outro post.

Já passou da hora de dar um basta à crueldade e ao sofrimento de animais!

Leia também:
Qual o verdadeiro impacto do ecoturismo?
Selfies com tigres podem financiar o tráfico de animais 

Foto: domínio público/pixabay

Um comentário em “Gigante do turismo para de vender pacotes para parques com orcas em cativeiro

  • 7 de agosto de 2018 em 12:55 PM
    Permalink

    Felizmente alguns humanos já estão entendendo que animais não nasceram para escravos nem para comida e já os conseguem reconhecer como os amigos e irmãos que, na verdade são, apesar das diferenças físicas entre nós e eles. Por isso, atualmente, se estão esvaziando os locais de exploração animal, touradas, zoológicos, aquários e estão sendo abertas as jaulas para que animais sejam reconduzidos ao seu Habitat ou Reservas protegidas, um espaço o mais parecido possível com seu lar de verdade. Por isso, cadeados estão sendo quebrados para a libertação deles e gaiolas estão sendo destruídas para que pássaros destinadas a voar possam fazê-lo, assim como apreciamos nos mover sem grades ao redor. Felizmente raia o sol de Uma Nova Era em que seremos capazes de dividir o mesmo chão da Terra sem destruir quem nela vive, sem explorar quem aprecia a liberdade também e sem precisar matar para comer a carcaça de qualquer um desses amigos e irmãos. Caçadores, toureiros e exploradores em geral, são a espécie em extinção que, ao Planeta não interessa preservar ou proteger porque são a parte contaminada, daninha e nociva aos outros seres vivos que não conseguiram acompanhar a evolução e o progresso da Terra, por falta de um coração no peito imprescindível para se comover e chorar diante de animais que sofrem. No entanto não é difícil entender os direitos dos animais, se nos colocamos no lugar deles, por um minuto apenas, sofrendo o que eles sofrem, vivendo o que eles vivem e morrendo como eles morrem.

    Resposta

Deixe uma resposta

Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.