A píton birmanesa (Python molurus bivittatus) está entre as maiores cobras do mundo, podendo atingir até 8 metros de comprimento. Ela não é venenosa, mas mata suas presas através da constrição – sufocando-as e quebrando seus ossos. Nativa de países asiático, como Índia, Nepal, Tailândia e Vietnã, essa serpente virou uma praga em áreas naturais da Flórida, nos Estados Unidos, onde ela é considerada uma espécie invasora e uma ameaça para a biodiversidade local, sobretudo no Parque Nacional de Everglades.
Anualmente o governo do estado promove o Florida Python Challenge, a temporada de caça à piton para controlar sua população. Durante dez dias do mês de agosto, caçadores pré-cadastrados e obrigados a participar de um curso de reconhecimento da espécie e técnicas de abate, participam do desafio. Nesta edição, que começou na sexta-feira (09/08), 600 pessoas se inscreveram.
A competição, que conta com o apoio de diversas outras entidades, como a Comissão para a Conservação da Pesca e da Vida Selvagem da Flórida (FWC, na sigla em inglês), oferece quatro grandes premiações: US$ 2,5 mil para o time ou pessoa que matar o maior número de cobras, US$ 1,5 mil para o segundo lugar e US$ 1 mil para o caçador que abater a maior píton. Já o prêmio principal, de US$ 10 mil vai para quem bater o número máximo de todas as categorias.
No ano passado, ao final do Florida Python Challenge, 209 pítons foram abatidas.
Segundo o governo da Flórida, um dos objetivos do desafio é também disseminar o conhecimento da população sobre a espécie invasora. O concurso é realizado agora, durante o verão no Hemisfério Norte, porque essa é a época de reprodução da píton.
Em 2013 foi iniciado um programa para a remoção dessas cobras no estado, através da contratação de profissionais especializados na captura. Em dez anos, mais de 11 mil delas foram removidas de ambientes naturais.
A píton birmanesa têm uma cabeça em forma de pirâmide, com uma cunha escura em forma de ponta de flecha que se estende em direção ao nariz. É uma espécie semi-aquática, por isso é frequentemente avistada perto ou na água.
Uma píton fêmea, com mais de 5 metros, encontrada por Kevin Reich no
Big Cypress National Preserve, na Flórida
Foto: Robert Edman / FWC
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Traficada para o Brasil, cobra píton albina apreendida em casa em Goiás era usada como atração em festas
Foto de abertura: Karen Parker / FWC