Filmambiente 2021: festival online e gratuito exibe 43 filmes de 29 países com temática socioambiental, até 3 de novembro
O estado dos mares e oceanos, as mudanças climáticas, a devastação ambiental e a extinção de espécies, a restauração e a regeneração florestais, as lutas dos povos originários (há cinco filmes realizados por diretores de diferentes etnias) e dos refugiados pela cultura e pela vida são alguns dos temas da 11ª. Edição do Filmambiente –, que começa hoje e vai até 3 de novembro. Histórias de ativismo permeiam as obras.
Totalmente online e gratuito, o festival exibe 43 filmes de 29 países – em mostras competitivas e temáticas – sendo 20 longas, 2 médias metragens e 21 curtas, com um detalhe: 41% foram dirigidos por mulheres.
“Neste momento em que estamos vivendo tantas perdas no Brasil não só de vidas, mas também de direitos, esperamos que o Filmambiente traga algum alento, alguma esperança”, salienta Suzana Amado, diretora e curadora do festival.
“Fizemos, com o maior carinho, esta seleção de filmes para compor mostras e também painéis sobre temas que consideramos fundamentais e para os quais é preciso atrair a atenção“.
Veja a programação completa: por dia e por palestras, debates e filmes.
Mostras temáticas
“Além das seções competitivas, que espelham os temas mais discutidos hoje, no mundo todo, em termos de sustentabilidade, gostamos muito das mostras que compõem o festival e são espaços para a reflexão sobre assuntos prementes, referentes não só aos ambientes naturais, mas também aos direitos das pessoas que neles vivem, e aos que lutam por mais paz e justiça no planeta”, explica Valéria Burke, produtora executiva e também curadora do festival.
São cinco, os temas desta edição:
– Defensores do Amanhã (5 filmes): ativismo ambiental, ações e atitudes por uma vida mais justa e sustentável;- Deslocados (6): a terrível questão humanitária resultante da migração;
– Por nós Mesmos (5): filmes realizados por diretores de diferentes povos originários ao redor do mundo;
– Um só Oceano (5): o estado de mares e oceanos; e
– Uma Década para Restaurar (4): que marca a Década da Restauração de Ecossistemas, instituída pela ONU (2021-2030).
Competição
Na categoria de Documentários de Longa Metragem, concorrem sete filmes “que espelham perfeitamente o tempo em que vivemos: a luta permanente dos povos originários para preservar sua identidade cultural e a biodiversidade das terras que habitam; a destruição ambiental e o desaparecimento de espécies causados pela ganância”.
E esta é a primeira vez que o festival promove uma Competição de Curtas de Animação, com 11 filmes de diferentes técnicas.
O público vai eleger o melhor nesta categoria. Para participar, basta avaliar cada filme ou animação de acordo com cinco alternativas – excelente, ótimo, bom, ruim, péssimo – e votar.
Em cada categoria da mostra competitiva, jurados escolherão os melhores: filme, direção, edição e roteiro. Conheça os especialistas que compõem cada júri: longa metragem e curtas de animação.
Os vencedores serão divulgados nas redes sociais do festival – Instagram, Twitter e Facebook – em 3/11.
Palestras e debates
Estes encontros complementam a programação e terão sinal aberto para inscritos em todo o mundo (via Zoom, replicado no YouTube da Swissnex), com tradução simultânea e tradução em libras.
“São oportunidades imperdíveis para conhecer e se aprofundar sobre temas superatuais, que também estarão presentes na COP 26, a conferência sobre mudanças climáticas da ONU, que começa em 31 de outubro, portanto, ocorre, em parte, concomitante ao festival”, destaca Burke.
Divididos em três temas, para acompanhar e participar é preciso se inscrever (veja os links abaixo):
– uma década para restaurar, 1/11, às 11h: abordará a proposta ambiciosa da ONU, com sua Década da Restauração, que vai até 2030, revelando projetos em curso, de que forma isso pode ser feito e qual o estado atual dos ecossistemas dos biomas brasileiros, com tantos incêndios, fruto das alterações climáticas, mas principalmente provocados por criminosos: grileiros, madeireiros e;
– economia circular, 2/11, às 11h: o que é, base do conceito, como vem sendo implantada no Brasil e no mundo; e
– a construção do amanhã, 3/11, às 11h: debate sobre o conceito de Net Zero – mecanismo que pode ajudar a evitar as consequências mais drásticas do aquecimento global nas próximas décadas – e como empresas e governos estão trabalhando com ele.
As crianças e os oceanos: conversa boa
Este ano, o Filmambiente será encerrado de maneira muito especial: com duas palestras dirigidas ao público infanto-juvenil, com o biólogo e documentarista Ricardo Gomes (foto abaixo), do Instituto Mar Urbano, sobre a importância do oceano na vida do planeta.

Gomes tem uma super facilidade para lidar com crianças e apresentar as questões urgentes que envolvem mares e oceanos. Prova disso é sua filha de 4 anos que é super ativista e já muito conhecida no Rio de Janeiro e no mundo, a Nina. Vale acompanhá-la no Instagram. No final da Década do Oceano da ONU, ela terá 14 anos.
Os encontros com a criançada serão realizados em 4 e 5 de novembro. Para participar, escolas ou professores devem fazer a inscrição de suas turmas.
Foto: montagem com imagens de divulgação
Jornalista com experiência em revistas e internet, escreveu sobre moda, luxo, saúde, educação financeira e sustentabilidade. Trabalhou durante 14 anos na Editora Abril. Foi editora na revista Claudia, no site feminino Paralela, e colaborou com Você S.A. e Capricho. Por oito anos, dirigiu o premiado site Planeta Sustentável, da mesma editora, considerado pela United Nations Foundation como o maior portal no tema. Integrou a Rede de Mulheres Líderes em Sustentabilidade e, em 2015, participou da conferência TEDxSãoPaulo.