Família Schurmann encontra (e recolhe) lixo em ilha deserta no Oceano Pacífico
Há mais de 30 anos, a Família Schurmann saiu de sua terra natal, Florianópolis, para navegar pelos oceanos, contando histórias e realizando um sonho, com vontade, coragem e planejamento, herança que vem sendo passada por Vilfredo e Heloísa há duas gerações.
Tanto tempo no mar, garantiu à família velejadora mais famosa do planeta não apenas grande expertise a bordo de um veleiro – foram os primeiros a dar a volta ao mundo nesse tipo de embarcação -, como também a triste experiência de ver as águas que banham os cinco continentes se transformarem em depósitos de lixo. Não só os mares, mas também – e, por consequência -, qualquer praia, inclusive ilhas paradisíacas como a de West Fayu, nas Ilhas Carolinas, na Micronésia, no norte do Oceano Pacífico.
Foi o que eles mostraram no vídeo publicado, hoje cedo, em sua página no Facebook (assista no final deste post) e que viralizou rapidamente. Na legenda que acompanha o vídeo, disseram: “Não acreditamos na quantidade de plástico que encontramos quando chegamos em West Fayu, uma ilha totalmente deserta. As pessoas não imaginam que o lixo jogado no mar pode viajar milhares de milhas, colocando em risco a vida marinha e poluindo um local lindo como este”.
No vídeo, Vilfredo (acima, acompanhado pelo neto Emmanuel, de bermuda listrada, e um funcionário do barco) mostra a quantidade de plástico recolhido pela família em apenas 100 metros de praia, em menos de uma hora. “É lixo de todo o mundo. É impressionante! As pessoas fazem dos oceanos uma lata de lixo, não têm consciência nenhuma de preservação”, lamenta.
Eles ficaram tão impressionados e incomodados com o que viram que recolheram todas as garrafas plásticas que encontraram e as levaram para seu veleiro. Lá, compactaram os resíduos para poder armazená-los até o próximo destino, onde procurarão um local adequado para sua reciclagem. No vídeo, Vilfredo mostra o processo de compactação e um dos pacotes produzidos; nele, havia 150 garrafas plásticas.
Belo exemplo! E uma ótima oportunidade para reflexão, principalmente para quem está acostumado a despejar qualquer resíduo não só nas praias, mas também nos rios e nas ruas, imaginando que ele “irá embora”. Mas, embora pra onde, mesmo?
Expedição Oriente, em um veleiro sustentável
Os Schurmann já cruzaram três oceanos e sete continentes desde que adotaram o mar como lar. Mesmo que passem um tempo em terra firme, é pra lá que sempre voltam. E a cada expedição, um novo membro da família pode se juntar como é o caso de Emmanuel, filho de Pierre e neto de Vilfredo e Heloísa, da terceira geração, que está com eles na Expedição Oriente.
Agora, eles estão em Papua Nova Guiné, uma ilha no sudoeste do Oceano Pacífico, a segunda maior do mundo (786 mil km), também conhecida como Grande Austrália. Foi nela que deixaram os resíduos encontrados na ilha West Fayu.
A viagem faz parte na última etapa desta viagem, iniciada em 21 de setembro de 2014, em Itajaí, Santa Catarina, onde devem desembarcar em 22 de dezembro deste ano.
O nome da expedição se deve ao objetivo traçado por eles ao planejar a nova viagem. Fascinados pela teoria do inglês Gavin Menzies – divulgada em seu livro “1421: o ano em que a China descobriu o mundo” -, na qual afirma que os chineses foram os precursores de grandes viagens de descobrimentos, muito antes dos europeus (os primeiros a chegar na América), os Schurmann partiram com a missão de desvendar segredos e mistérios dos mares, com base na visão oriental.
Para tanto, se prepararam por cinco anos, fazendo pesquisas e procurando apoiadores para a expedição a bordo do veleiro Kat, o primeiro construído pela família e especialmente para a Expedição Oriente. O nome é uma homenagem a Kat Schurmann, a menina neozelandesa adotada pela família em uma de suas expedições e que morreu em 2006 por complicações provocadas por Aids.
A embarcação e tem tecnologia de ponta e apresenta soluções sustentáveis para todas as suas ações ao longo da viagem. Além da compactação do lixo, que está entre os sistemas de processamento de resíduos, possui:
– iluminação de baixíssimo consumo por LED,
– sistemas para geração de energia limpa por meio de quatro fontes diferentes: eólica, painéis solares, dois hidrogeradores e duas bicicletas ergométricas com turbina,
– forrações do motor e o isolamento térmico do forro são feitos de material reciclado e
– sistema de dessanilização de água, que reduz ainda mais o impacto no meio ambiente.
Acompanhe a Expedição Oriente pelo mapa divulgado no site e assista ao vídeo em West Fayu:
Foto: Reprodução
Jornalista com experiência em revistas e internet, escreveu sobre moda, luxo, saúde, educação financeira e sustentabilidade. Trabalhou durante 14 anos na Editora Abril. Foi editora na revista Claudia, no site feminino Paralela, e colaborou com Você S.A. e Capricho. Por oito anos, dirigiu o premiado site Planeta Sustentável, da mesma editora, considerado pela United Nations Foundation como o maior portal no tema. Integrou a Rede de Mulheres Líderes em Sustentabilidade e, em 2015, participou da conferência TEDxSãoPaulo.
HÁ UM ANO ESTOU RECOLHENDO LIXO NAS PRAIAS DE PRADO, SUL BAHIA, COMO FORMA DE CONSTRANGER AQUELES QUE TRATAM O MAR COMO LIXEIRA, O MAR É SOBERANO NO PLANETA E DEVEMOS RESPEITÁ-LO COMO TAL!
AS PESSOAS, TURISTAS, NATIVOS E EMPRESÁRIOS, ACREDITAM QUE A PREFEITURA LOCAL TEM OBRIGAÇÃO DE LIMPAR AS PRAIAS, REALMENTE TEM, MAS FICA INVIÁVEL, LIMPAR AS PRAIAS COM TANTO DESCASO DAQUELES QUE TEIMAM TRATAR O MAR COMO UM ENORME LIXÃO!
INFELIZMENTE CHEGUEI A PEGAR EMBALAGENS TOXICAS JOGADAS POR NAVIOS, EMBALAGENS DE PRODUTOS DE VÁRIOS PAÍSES, DO ORIENTE MÉDIO, EUROPA, ÁSIA, AMERICA DO NORTE, É IMPRESSIONANTE COMO O SER HUMANO PODE SER TÃO DESUMANO COM O NOSSO PLANETA, QUANDO DESTRATA A NATUREZA.
É COMO EU SEMPRE DIGO, O SER HUMANO PROVOCA SUA PRÓPRIA DOR, QUANDO ACREDITA ESTAR ACIMA DA NATUREZA, QUANDO NA REALIDADE, A NOSSA SOBREVIVÊNCIA DEPENDE DESSA MÃE NATUREZA, QUE RESISTE AOS MAUS TRATOS DOS SEUS PRÓPRIOS FILHOS!!
PARABÉNS FAMÍLIA SCHURMANN EM DIVULGAR ESSE GRAVE DESRESPEITO COM O NOSSO MAR!!
JOGAR LIXO NO MAR, NAS PRAIAS, É O MESMO QUE JOGAR LIXO NO PRÓPRIO PRATO QUE COME, SEU PEIXINHO!!