A Doença de Parkinson é uma enfermidade degenerativa neurológica, que tem entre seus principais sintomas problemas motores (rigidez, tremor nas extremidades do corpo e instabilidade postural) e não-motores (distúrbios neuropsiquiátricos, do sono, autonômicos e sensitivos).
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que aproximadamente 1% da população mundial, com idade superior a 65 anos, tem a doença. Somente no Brasil, estima-se que 200 mil pessoas sofram com o problema.
Infelizmente, ainda não há cura para o Parkinson, mas somente medicamentos que podem retardar ou diminuir o avanço da doença.
Um novo estudo divulgado recentemente na publicação Federation of American Societies for Experimental Biology revelou que pessoas expostas a certos tipos de pesticidas utilizados na agricultura têm maiores chances de desenvolver o Mal de Parkinson.
De acordo com os pesquisadores da Universidade de Guelph, em Ontário, no Canadá, mesmo o contato a pequenas doses do fungicida maneb e do herbicida paraquat podem ser um fator para o desencadeamento da doença. Este último, inclusive, já foi apontado por provocar sequelas também ao pulmão e fígado. Em alguns países, ele tem seu uso proibido.
“Pessoas expostas a esses produtos químicos têm um risco cerca de 250% maior de desenvolver a Doença de Parkinson do que o resto da população”, diz Scott Ryan, principal autor do artigo.
A associação entre estes dois tipos de pesticidas e o Parkinson não é novidade. Diversos outros estudos já fizeram esta ligação, baseados em testes com animais e experiências em laboratórios. Mas os cientistas canadenses foram os primeiros a revelar a mutação genética que ocorre em células humanas em consequência do contato com essas substâncias químicas.
“Até agora, a relação entre os pesticidas e a doença de Parkinson era baseada principalmente em estudos com animais, bem como em pesquisas epidemiológicas que demonstravam um aumento do risco entre agricultores e outros indivíduos expostos a produtos químicos agrícolas”, explica Ryan. “Somos os primeiros a investigar o que está acontecendo dentro das células humanas”.
Enquanto isso, em novembro do ano passado, a Anvisa autorizou o uso do herbicida paraquat por mais três anos no Brasil. O agrotóxico é aplicado no pré-plantio das culturas de grão.
Além disso, há uma proposta na Câmara dos Deputados, em Brasília, que tenta derrubar restrições à aprovação de pesticidas, colocando ainda mais em risco a saúde da população brasileira. Entre os pontos mais absurdos do texto está o que sugere mudar o nome de agrotóxicos para fitossanitários e assim, mascarar impactos negativos dessas substâncias (leia mais sobre o assunto aqui).
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Foto: domínio público/pixabay
Oi Suzana, só gostaria de informar que o nome correto é Doença de Parkinson, assim como Doença de Alzheimer. Se puderem evitem a palavra “Mal”.
Beltrina,
Alterado!
Abraço,
Suzana