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Ex-capitã da seleção de futebol do Afeganistão recomenda que jogadoras se livrem de uniformes e apaguem redes sociais

Ex-capitã da seleção de futebol do Afeganistão recomenda que jogadoras se livrem de uniformes e apaguem redes sociais

“Todas as conquistas e sacrifícios desapareceram. Os sonhadores pararam de sonhar e os sonhos se transformaram em pesadelos. Meu coração vai para cada indivíduo no Afeganistão e para todas as mulheres fortes e imbatíveis do meu país. Lamento por não poder ajudar”. Foi assim que a jogadora de futebol, Khalida Popal, ex-capitã da seleção desabafou em seu perfil no Instagram quando o Talibã tomou o controle do governo, ao chegar em Cabul, no último domingo (15/08).

Khalida foi a responsável por criar a seleção feminina do Afeganistão em 2007. Também ocupou diversas posições importantes na federação esportiva e ainda, como Diretora do Comitê das Mulheres no Futebol. Mas em 2011 foi obrigada a deixar o país e ir para o exílio. Mesmo distante, continuou profundamente envolvida com o esporte.

Em 2014, ela fundou a organização Girl Power, que trabalha pelo empoderamento de meninas e jovens através do esporte. Também é coordenadora de marketing do time FC Nordsjælland, na Dinamarca, onde vive.

Depois da mensagem do começo da semana, Khalida voltou a demonstrar ainda maior preocupação e medo pelas suas colegas no Afeganistão. A esportista recomendou que todas jogassem fora seus uniformes e apagassem suas contas nas redes sociais.

“Hoje estou ligando e dizendo a elas: apague seu nome, remova sua identidade e tire suas fotos para sua segurança. Coloque fogo ou se livre do uniforme da seleção nacional”, disse ela em entrevista à agência de notícias Reuters.

“Isso é doloroso para mim, para alguém como ativista que se levantou e fez todo o possível para conquistar e ganhar essa identidade como jogadora da seleção feminina. Para ganhar aquele distintivo no peito, para ter o direito de jogar e representar o nosso país, quanto nos orgulhamos”, lamentou.

Apesar dos representantes do Talibã terem afirmado na terça (17/08) que respeitarão os direitos das mulheres, há um ceticismo mundial se essa promessa realmente será cumprida, já que no passado, meninas foram obrigadas a parar de estudar, profissionais deixaram de trabalhar e a ordem era que ficassem em casa. E não é só. Há relatos de assassinatos, apedrejamentos e estupros cometidos pelos militantes do grupo.

Khalida também contou que há muita apreensão e receio no momento. “Elas estão preocupadas, com medo, não só as jogadoras, mas também as ativistas … Elas não têm a quem recorrer para buscar proteção, para pedir ajuda se estiverem em perigo. Elas estão com medo de que a qualquer momento alguém bata em suas portas”.

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Foto: reprodução Instagram Khalida Popal

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