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Em editorial conjunto, mais importantes publicações da área de saúde do mundo fazem alerta sobre crise climática

Mais importantes publicações da área de saúde do mundo se unem em alerta sobre a crise climática

“A saúde [da população] já está sendo prejudicada pelo aumento da temperatura global e pela destruição do mundo natural, uma situação à qual os profissionais de saúde vêm chamando a atenção há décadas. A ciência é inequívoca; um aumento global de 1,5 °C acima da média pré-industrial e a perda contínua de biodiversidade trazem risco de danos catastróficos à saúde humana que serão impossíveis de reverter. Apesar da preocupação necessária com a covid-19, não podemos esperar que a pandemia passe para reduzir rapidamente as emissões de gases de efeito estufa”.

O alerta acima foi feito em um editorial conjunto assinado pelos profissionais responsáveis pelas mais importantes revistas científicas internacionais da área de saúde. Ele foi divulgado na segunda-feira (06/09) por mais de 200 publicações, entre elas, as renomadas Lancet, BMJ, New England Journal of Medicine, East African Medical Journal, Chinese Science Bulletin, National Medical Journal of India, Medical Journal of Australia e a brasileira Revista de Saúde Pública.

No texto, os editores conclamam líderes globais a enfrentar os “danos catastróficos” da crise climática. “Embora as metas para reduzir as emissões e conservar a biodiversidade sejam bem-vindas, não são suficientes e precisam ser combinadas com planos confiáveis ​​de curto e longo prazo”, ressalta o editorial.

O documento foi publicado na semana que antecede o início da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, no dia 14/07, uma das últimas reuniões internacionais a ser realizada antes da Conferência Climática, a COP26, que acontecerá em Glasgow em novembro.

“Como profissionais de saúde, devemos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para ajudar na transição para um mundo sustentável, mais justo, resiliente e mais saudável. Nós, como editores de revistas de saúde, pedimos que governos e outros líderes ajam, marcando 2021 como o ano em que o mundo finalmente muda de rumo”, diz o texto.

Os profissionais destacam ainda que as nações mais ricas, principais responsáveis pelas alterações no clima do planeta devido às suas altíssimas emissões de carbono, devem fazer mais para apoiar os países de baixa e média renda “na construção de sociedades mais limpas, saudáveis ​​e resilientes”.

A foto que abre este post é de uma dessas inaceitáveis realidades. Ela mostra uma menina que teve parte da perna amputada pelo terremoto no Haiti, em 2010, quando aproximadamente 300 mil haitianos perderam a vida e cidades ficaram em ruínas. A garotinha foi uma das milhares de vítimas da tragédia, um desastre natural, mas que nas últimas décadas têm se tornado cada vez mais frequente no mundo: muitos cientistas são categóricos em afirmar que com o aquecimento global os extremos climáticos, como enchentes, furacões, incêndios florestais e secas, ficarão mais intensos e comuns.

A população do Haiti convive com esse novo cenário ano a ano. Em 2016, mais de 1 mil pessoas morreram devido à passagem do furacão Matthew. E no mês passado, o país foi atingido novamente por um terremoto de magnitude de 7,2 graus na Escala Richter. Há o registro de mais de 2 mil mortos e 12 mil feridos (leia mais aqui)

Um relatório das Nações Unidas divulgado em 2020 apontou que o número de desastres naturais aumentou quase 75% nas últimas duas décadas, resultando na morte de 1,2 milhão de pessoas. 60 mil pessoas perderam a vida por ano e outras 4 bilhões foram afetadas por eventos como inundações, tempestades, terremotos e temperaturas extremas.

“O meio ambiente e a saúde estão inextricavelmente interligados. As mudanças climáticas estão nos colocando em perigo de várias maneiras, incluindo seus impactos críticos na saúde e na prestação de cuidados. Como médicos e profissionais da área pública, temos a obrigação não apenas de antecipar novas necessidades de saúde, mas também de ser participantes ativos na limitação das causas da crise climática”, afirma Eric Rubin, editora-chefe do New England Journal of Medicine.

O editorial, na íntegra, em inglês, você pode ler neste link.

*Com informações do BMJ

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Foto: UN Photo/Marco Dormino/Creative Commons/Flickr

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Sandra
Sandra
2 anos atrás

Inacreditável que alguns líderes mundiais possuam o diagnóstico preciso da enfermidade climatica planetária, porém não o conhecimento para erradica-la na fonte. Medidas paliativas isoladas têm se mostrado inúteis,apesar das comprovações cientifico tecnologicas apontarem para desastres ambientais cada vez mais graves e incontroláveis, porque terráqueos são crianças irresponsáveis, peritas em riscar o fósforo, que choram diante da própria casa incendiada com todos os seus brinquedos queimados nela.

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