Disney levanta bandeira da diversidade ao mostrar casal gay com filhos em desenho infantil

Disney levanta bandeira da diversidade ao mostrar casal gay com filhos em desenho infantil

Viva a Disney! Depois de décadas de muitos filmes com princesas frágeis e indefesas, o estúdio americano tem demonstrado cada vez mais que é preciso refletir na tela o que acontece na sociedade; ou seja, reconhecer a importância da diversidade.

Na semana passada, foi a vez de um episódio da série Doutora Brinquedos (Doc McStuffins, no título original), levado ao ar pela Disney Junior e Disney Channel, mostrar um casal de mulheres, com dois filhos. Além de gays, uma das mães era branca e a outra negra. Apesar da homossexualidade não ter sido o tema central do episódio, o casal de lésbicas foi exibido com muita naturalidade, sem chamar atenção nenhuma sobre o fato.

As atrizes Wanda Sykes e Portia de Rossi, lésbicas assumidas, fizeram as vozes das personagens. Na entrevista que você confere ao final deste post, Wanda fala da importância de famílias como estas – e seus filhos – se verem representados na mídia.

Doutora Brinquedos foi criada e tem como produtora Chris Nee, que também foi responsável pelo roteiro deste episódio. “Sempre imaginei o Doc McStuffins como um seriado sobre o que significa aceitar todos como parte de uma comunidade”, disse. “Como parte de uma família de duas mães, tenho orgulho de ter um episódio que mostra o mundo do meu filho e prova que amor é amor”.

O seriado Doutora Brinquedos tem uma das maiores audiência para o público na faixa entre 2 a 5 anos. Ele fala sobre uma menina médica e negra que conserta brinquedos quebrados no quintal de casa.

Em março deste ano, já havíamos mostrado aqui neste outro post, no Conexão Planeta, o primeiro beijo gay em desenho infantil da Disney. A cena aconteceu no último episódio da série “Star vs as Forças do Mal” e mostrou dois homens e duas garotas se beijando.

A bandeira pela diversidade demorou a ser empunhada pela Disney, mas afinal, antes tarde do que nunca. É preciso reconhecer que, nos últimos anos, mais e mais heroínas têm sido protagonistas de seus filmes, como em Mulan, Valente, as irmãs Anna e Elsa, de Frozen, e Moana. Nestas animações, as personagens são caracterizadas pelas personalidades fortes e decididas, sem precisar ter um homem ao lado para poderem determinar suas escolhas e trajetórias.

Segundo Bill Condon, que dirigiu o longa-metragem da Disney, “A Bela e a Fera”, o filme também teve mais liberdade para expor a sexualidade de um de seus personagens, o serviçal LeFou, que é gay e apaixonado por Gaston. “Ele está confuso sobre o que quer. É alguém que acaba de descobrir estes sentimentos. É bacana, um momento exclusivamente gay num filme da Disney”, disse ele em entrevista à revista Attitude, a mesma que teve na capa, em junho do ano passado, o futuro herdeiro da coroa britânica, o Príncipe William.

E viva a diversidade!

Foto: reprodução internet

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Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.