Enquanto alguns possuem muito, outros ainda têm acesso a muito pouco. Apesar do grande avanço em erradicar a pobreza extrema no mundo e a comemoração de dados divulgados recentemente (leia mais neste outro post que publiquei – Diminui a pobreza extrema no mundo), estima-se que mais de 700 milhões de pessoas no planeta continuam vivendo em condições miseráveis. Ganham menos de U$S 2 por dia. A vasta maioria delas, cerca de 78%, mora em áreas rurais.
Para conseguir acabar com a pobreza, uma das 17 metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), a campanha da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) para o Dia Mundial da Alimentação 2015 é “Proteção Social e Agricultura – rompendo o ciclo da pobreza rural”. Ela faz parte do movimento internacional #ZeroHunger, ou #FomeZero (em tradução livre), que conclama líderes globais a erradicar a fome até 2030.
Segundo a FAO, a agricultura é a principal força que impulsiona a economia rural e, em alguns casos, toda a atividade financeira da comunidade. E quando há qualquer tipo de problema no campo – seja ele climático ou econômico, estas populações são severamente impactadas.
Esta é uma realidade que acontece todos os anos no Brasil. Na região Nordeste, milhares de famílias tentam sobreviver a uma seca que devasta lavouras há anos. Sem chuva, não há produção de alimentos e nem o que comer em casa. O mesmo ocorre em diversos países da chamada África subsaariana, como Quênia, Sudão, Congo e Libéria, onde gerações inteiras morrem de subnutrição.
Nestes locais, persiste um ciclo perverso e vicioso, em que a pobreza leva à subnutrição, especialmente em crianças jovens, a qual gera problemas de saúde, baixa produtividade e termina em mais pobreza.
Nos últimos 20 anos, entretanto, programas de proteção social nos países em desenvolvimento conseguiram atingir 2,1 milhões de pessoas. Estes projetos levaram até o campo assistência social, seguros sociais e realizaram intervenções no mercado de trabalho. No entanto, a FAO estima que atualmente apenas 36% da população mundial recebe algum tipo de proteção social.
O que os especialistas da organização afirmam é que, mesmo os países mais pobres conseguem – e podem – investir em programais sociais para combater a pobreza. Estudos comprovam que o impacto destes recursos nas contas públicas é baixo. Em alguns casos, o investimento pode ser feito utilizando o modelo de parcerias público-privadas.
No relatório publicado esta semana – The State of Food and Agriculture 2015 –, a FAO enumera uma série de sugestões para ajudar os países mais pobres a acabar com a fome, entre eles, o desenvolvimento de programas sociais que tenham como principal foco a mulher, que frequentemente, resultam em melhores resultados. Com o controle sobre a renda familiar, elas conseguem garantir o bem-estar materno-infantil e com isso, quebrar o ciclo da pobreza.
Confira abaixo o vídeo da FAO para o Dia Mundial da Alimentação 2015:
Imagem: divulgação FAO Brasil