Cresce número de casos de microcefalia, dengue e febre chikungunya no Brasil

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Já subiu para 3.174 o número de casos suspeitos de crianças recém-nascidas com microcefalia no país, segundo o mais recente boletim epidemiológico – o primeiro de 2016 – divulgado pelo Ministério da Saúde esta semana.  A doença está se alastrando. Há registros de microcefalia em 684 municípios, em 21 estados brasileiros. No Amazonas foi notificado o primeiro caso suspeito.

Pernambuco continua sendo o estado onde há maior incidência de relatos: 1.185 até agora. Logo em seguida aparecem Paraíba (504), Bahia (312), Rio Grande do Norte (169) e Sergipe (146). Rio de Janeiro e Mato Grosso são dois outros estados onde o número de notificações aumenta dia a dia.

O Ministério da Saúde já admitiu que a epidemia da doença está relacionada com a proliferação do Zika vírus, transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti, que também causa a dengue e a febre chikungunya.

A microcefalia é uma anomalia bastante rara, que atinge cerca de uma criança a cada 7 mil recém-nascidos. A doença faz com que a cabeça e o cérebro do bebê sejam menores porque os ossos do crânio se unem muito cedo, evitando o crescimento normal. Portadores de microcefalia acabam tendo retardo mental, além de sérias complicações motoras, precisando de auxílio para o resto da vida. Infelizmente, a doença não tem cura. Em muitos casos, a criança com microcefalia morre logo após nascer.

Além das vítimas do Zika vírus, cresce exponencialmente no Brasil o número de pessoas com chikungunya. Já são mais de 17 mil casos, em 62 cidades do país (no último levantamento eram 37 municípios). Em 2014, quando foram relatados os primeiros casos da febre em território brasileiro, eram pouco mais de 3,5 mil doentes.

Os principais sintomas da chikungunya são febre de início repentindo, acima de 39 graus, dores intensas nas articulações de pés e mãos – dedos, tornozelos e pulsos. Pode ocorrer ainda dor de cabeça, dores nos músculos e manchas vermelhas na pele. Entretanto, de acordo com o Portal da Saúde, cerca de 30% dos casos não chegam a desenvolver sintomas. Apesar de ser comparada como uma gripe leve, algumas vezes a doença pode ser tornar crônica.

As primeiras epidemias de chikungunya aconteceram em países da África, Ásia e Europa. Em 2013, o vírus chegou às ilhas do Caribe. Acredita-se que desde então, a doença tem se espalhado em outros locais através de viajantes infectados com a febre.

O governo admite que a batalha contra a proliferação do Aedes Aegypti no Nordeste é muito difícil. A região enfrenta um período de estiagem muito grande e severo e por esta razão, famílias armazenam água em suas casas: o criadouro perfeito para as larvas do mosquito.  Além de agentes comunitários, soldados das Forças Armadas estão fazendo mutirão nos estados mais afetados.

Em outras regiões do país, a preocupação maior é com a dengue. Em Mato Grosso do Sul, houve aumento de mais de 300% no número de casos de pessoas infectadas. Em 2014, foram 9,256 vítimas e no final do ano passado, já eram mais de 40 mil pessoas com a doença. Dezesseis delas morreram.

A principal arma para evitar o mosquito Aedes Aegypti é a prevenção: usar repelente e não deixar água parada em recipientes em casa.

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Foto: Marcos Teixeira de Freitas/Creative Commons/Flickr

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Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.