Considerado morto há 50 anos, Rio Tâmisa tem hoje focas e baleias

foca no rio tâmisa

Como muitos outros ao redor do mundo, o Rio Tâmisa, que atravessa Londres e as principais atrações turísticas da capital inglesa, já teve seu passado negro. Era chamado de “Grande Fedor”. A poluição era tanta e seu cheiro tão insuportável, que sessões no Parlamento eram canceladas tal o mal odor do rio, que passa em frente à casa dos parlamentares.

Considerado biologicamente morto, já que não possuia mais oxigenação em suas águas e com isso não havia possibilidade de ter vida marinha alguma nele, o Tâmisa foi limpo. Um eficiente sistema de captação de esgoto foi implantado e leis rígidas foram adotadas para evitar a contaminação do rio. Diversas organizações ambientais também participam ativamente para que o estuário se mantenha saudável.

Recentemente a Zoological Society of London (ZSL) divulgou um relatório comemorando os resultados obtidos com a revitalização do Tâmisa. Na última década, diversas espécies marinhas voltaram a habitá-lo. Entre as mais observadas, estão focas, golfinhos, toninhas e até pequenas baleias. No total, foram avistados 2.700 indivíduos.

Para realizar este trabalho de monitoramento dos mamíferos marinhos no Tâmisa e ajudar na sua proteção, a ZSL lançou uma campanha em 2004 que pedia que a população de Londres relatasse para a entidade quando um animal era visto. No site, há um mapa detalhado (que você vê abaixo) em que é possível saber exatamente onde os indivíduos estão localizados.

mapa focas no tâmisa

“As pessoas ficam surpresas ao ouvir que mamíferos marinhos são encontrados frequentemente no centro de Londres”, diz Joanna Barker, gerente de projetos de conservação da ZSL. “Como são grandes predadores, a presença deles é um bom sinal de que o Tâmisa está mais limpo e é habitat de muitas outras espécies de peixes”.

Ainda de acordo com Joanna, o que acontece no rio londrino é um exemplo perfeito de como o ambiente urbano influencia a vida selvagem.

No vídeo abaixo, em inglês, você acompanha como foi o trabalho de conservação da Zoological Society of London no Tâmisa:


Foto: Tambako The Jaguar/Creative Commons/Flickr

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Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.