PUBLICIDADE

Considerado extinto no estado de São Paulo, Pato-mergulhão é redescoberto na Serra do Mar

O Pato-Mergulhão (Mergus octosetaceus) é considerado como uma das aves mais raras das Américas. Tão rara que chegou a ser declarada como extinta por alguns cientistas entre as décadas de 1940 e 1950, como descrito no livro A Mata Atlântica da Américal do Sul.

O lendário ornitólogo Helmut Sick já descrevia a espécie como uma das poucas aves aquáticas altamente adaptadas a vida em regiões montanhosas. A espécie é considerada especialista de habitat, isto é, sua presença ocorre unicamente em áreas com características muito específicas e não sobrevive a mudanças de impacto negativo no lugar onde vive.

Estes enigmáticos patos nativos do Brasil necessitam, impreterivelmente, de regiões repletas de rios, cachoeiras com águas límpidas, cercadas por florestas em bom estado de conservação.

Uma característica muito interessante dessa espécie é que, em vez de construir ninhos nas margens dos rios, ela somente se reproduz em buracos ou entre rochas presentes na beira dos rios.

Agora, a boa notícia! Sabe quando um pato-mergulhão foi observado no estado de São Paulo pela última vez? Há 197 anos! Quase dois séculos se passaram e, até agora, esta bela ave era considerada extinta na região.

Até que, em sua ronda diária pelo Parque Estadual Serra do Mar, a vigilante Fabiana Pereira (autora da foto que ilustra este post) foi surpreendida por sua presença. Ela viu o pato nadando livremente em um dos rios desta que é a maior porção contínua preservada de Mata Atlântica no Brasil.

Em conjunto com as equipes dos Núcleos Caraguatatuba e Padre Dória, Fabiana acaba de submeter o registro de sua incrível descoberta para publicação na renomada revista científica Bulletin of the British Ornithologist’s Club sob o título Second record of Brazilian Merganser Mergus octosetaceus in the state of São Paulo, south-east Brazil, after almost two centuries ou, em português Segundo Registro do Pato-Mergulhão brasileiro no Estado de São Paulo, sudeste do Brasil, após quase dois séculos.

São descobertas como esta que enfatizam, ainda mais, a necessidade da manutenção e de investimentos no sistema de Áreas Protegidas do país, cada dia mais essencial para a conservação da biodiversidade brasileira. E, por isso, profissionais como a incrível Fabiana merecem todo reconhecimento e admiração por parte da sociedade.

Leia também:
O pato-mergulhão e eu
Pato-mergulhão se reproduz em cativeiro pela primeira vez no mundo, no Brasil

Foto: Fabiana Pereira

Comentários
guest

1 Comentário
Oldest
Newest Most Voted
Inline Feedbacks
View all comments
claudemir nunes de oliveira
claudemir nunes de oliveira
6 anos atrás

Bom dia Sandro, esse pato não seria aquele encontrado nos rios, o qual mergulha em busca de peixes e alimentos. Aqui no município de Rosana SP, temos dois Rios que banham o município, e no Rio Paraná, temos dele em milhares…

Notícias Relacionadas
Sobre o autor
PUBLICIDADE
Receba notícias por e-mail

Digite seu endereço eletrônico abaixo para receber notificações das novas publicações do Conexão Planeta.

  • PUBLICIDADE

    Mais lidas

    PUBLICIDADE