Imagine você caminhando por um parque e, ao se deparar com uma árvore, ela começa a contar uma história. Acha impossível de acontecer? Mas, não é! O aplicativo Natu – Contos das Árvores veio para tornar mais divertido e interessante nossos passeios pela natureza. Ele é, na verdade, um convite a uma expedição.
Funciona por geolocalização, mas se restringe a parques em São Paulo, Rio de Janeiro e Uberaba, por enquanto. Para usá-lo, basta selecionar a cidade e um dos parques mapeados, escolher uma das árvores que deseja ouvir e ele indica onde ela pode ser encontrada. Aí, tudo que você precisa fazer é seguir em sua direção.
Deixe o celular a postos porque, quando estiver se aproximando dela, uma animação aparecerá na tela e a árvore, transformada em desenho, começará a falar.
O mais legal é que, se você não a conhecer, apenas pelas informações narradas pelo aplicativo, certamente a identificará com facilidade. Com um detalhe: a voz de cada espécie pode ser bastante familiar. Isto porque cantores como Ney Matogrosso, Fernanda Takai, MartNália e Tiê, entre outros, assumiram suas personalidades. Mas a gente fala já já sobre isso.
Encontrou a árvore? Agora, começa o processo de reconhecimento. Olhar, tocar, cheirar, pesquisar o entorno para procurar folhas, flores, frutos. Ela deixa de ser uma árvore em meio a tantas outras e passa a ter nome, identidade. Pode ser um Jequitibá, uma Embaúba, um Ipê-Amarelo ou Pau-Ferro. Um Pau-Brasil! Estas são as espécies que protagonizam as histórias do Natu Contos.
Depois, encontra um cantinho perto dela que identifica que, ali, tem uma história muito boa pra ouvir. E olha só…. não tem coisa melhor que ouvir a história olhando pra protagonista, sentindo essa história ganhar vida. Cada conto traz mais que a árvore, mas a vida que existe no entorno dela também.
Quem escreveu e quem conta as histórias
Para dar voz à essas árvores, um time muito especial se juntou ao projeto.
A história do Pau-Ferro, por exemplo, foi escrita por João Anzanello e narrada pela Mart’nalia.
O Ipê-amarelo é de autoria de Índigo e ganhou a voz da cantora Tiê.
A história do gigante da floresta, o Jequitibá, foi escrita por Tiago de Melo Andrade e é narrada por Lenine.
Claudio Fragrata escreveu a história da Embaúba que é contada de um jeito bem animado por Ney Matogrosso.
E a árvore que dá nome ao nosso país, Pau-Brasil, teve sua história escrita por Andréa Pelagagi e ganhou a voz de Fernanda Takai.
A moça da foto acima, Fernanda Coelho, é a idealizadora do projeto, que nos contou que, enquanto caminhava com um amigo por pontos turísticos da cidade e ele lhe contava as histórias, imaginou o projeto. Na hora, pensou: “E se as árvores também tivessem histórias pra nos contar?”.
Desde 2013 ela está dedicada ao projeto, articulando parcerias e trabalhando muito para o Natu Contos acontecer e crescer.
Nós experimentamos o aplicativo, com a mediação da Fernanda, no Parque da Água Branca, em São Paulo. Caminhamos pelo parque, conhecemos as árvores, ouvimos as histórias. Fernanda também falou sobre as características de cada espécie e mostrou pra gente detalhes que haviam sido citados nas histórias.
E foi incrível! Depois que conhecemos a árvore pelo nome, já foi possível reconhecer outras da mesma espécie em meio à floresta!
Quando uma árvore é encontrada, além de ouvir a história é possível consultar a Biblioteca do aplicativo onde estão fichas técnicas de todas as espécies catalogadas. O conteúdo foi organizado pelo botânico Antônio Campos Rocha Neto.
Atualmente, o aplicativo está disponível somente para o sistema iOs (iPhone). Mas a Fernanda já criou um financiamento coletivo para viabilizar a versão para Android, além de melhorias no aplicativo, como um todo. Se você quiser apoiar o projeto, vai lá na página do Catarse e doe o que puder.
Agora, assista ao vídeo que mostra algumas características do aplicativo para poder entender melhor como ele funcione. Depois, baixe pra curtir o parque de uma forma mais divertida e instrutiva. Bom passeio!
Fotos: Divulgação e Ana Carol Thomé