Coletes usados por refugiados transformam Praça do Parlamento Britânico em enorme cemitério
Milhares de coletes salva-vidas transformaram a praça, em frente ao Big Ben e ao Parlamento, na capital da Inglaterra, em um grande cemitério. A instalação, promovida por uma organização local, tinha como objetivo lembrar os 65 milhões de refugiados do mundo, na mais grave crise humanitária da história recente e as muitas vidas que já foram perdidas nesta tragédia.
Sobre o gramado estavam 2.500 coletes, usados por pessoas que tentaram atravessar o oceano para chegar até a Europa, principalmente, as ilhas gregas. A maioria destas pessoas veio da Síria, onde uma guerra civil mata milhares de inocentes diariamente.
O protesto foi feito hoje, segunda-feira (19/09), para coincidir com a abertura da Assembléia Geral das Nações Unidas sobre Migração e Refugiados, em Nova York. Essa é a primeira vez que a entidade convoca líderes mundiais para debater o problema. O objetivo é que com o encontro, os países membros da ONU se comprometam a tomar ações mais efetivas em prol dos refugiados.
Uma das coisas mais chocantes sobre a instalação feita em Londres é que mais de 600 coletes eram de tamanho infantil. De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), aproximadamente 1 mil crianças refugiadas chegam em barcos na Itália, todo mês, desacompanhadas de familiares ou adultos.
Em uma estimativa ainda mais triste, a Agência para Refugiados da ONU afirma que a cada dia, desde setembro do ano passado, uma média de duas crianças morre afogada no Mar Mediterrâneo.
Na semana passada, uma manifestação igual a que aconteceu hoje na capital da Inglaterra, foi realizada em Nova York, próximo à Brooklyn Bridge. Ativistas da organização humanitária Oxfam America espalharam centenas de coletes usados por refugiados na areia, ao longo do rio, para chamar a atenção da população sobre o tema.
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Fotos: reprodução Twitter Snapping’Turtle (Parlamento, Londres) e Oxfam America (Brooklyn Bridge, NY)
Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.
Aprecio muito esse tipo de manifestação. Consegue chamar a atenção das pessoas para o problema de um forma inteligente e pacífica.