Atualizado em 10/7/2024
Os vencedores foram anunciados ontem, em cerimônia em Malta, mas Micael Carmo e Fernando Catalano não estão entre eles.
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Dois cientistas brasileiros – o engenheiro Micael Carmo (à esquerda na foto acima) e o professor Fernando Catalano (à direita), da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), da Universidade de São Paulo (USP) – foram selecionados pelo Escritório de Patente Europeu (EPO) como finalistas da premiação europeia de inovação, o European Inventor Award, em reconhecimento às suas contribuições para uma aviação sustentável.
A indicação é para a categoria de países não pertencentes ao EPO e são três concorrentes por categoria. Conheça os finalistas aqui.
A edição deste ano teve mais de 550 candidatos e o anúncio dos vencedores acontecerá em 9 de julho (próxima terça-feira), em Malta, arquipélago situado na região central do Mediterrâneo, entre a Sicília e a costa do Norte da África.
Aeronave Silenciosa… e menos poluente
Os dois inventores representam, respectivamente, as equipes da Embraer e dos centros de pesquisa coordenados pela USP, que participaram dos estudos de soluções e metodologias de engenharia para o desenvolvimento de aeronaves mais silenciosas.
As novas tecnologias contribuíram para reduzir o ruído da nova geração de jatos comerciais da Embraer, o E2, em 65% e a emissão de carbono por passageiro em até 25%, quando comparados com a geração anterior. A redução de emissões pode chegar a até impressionantes 85% quando abastecido com 100% combustível sustentável (SAF).
Os estudos fazem parte do programa Aeronave Silenciosa, financiado por meio de iniciativa colaborativa entre Embraer, Fapesp e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). A iniciativa foi liderada pela empresa em conjunto com outros centros de pesquisas do Brasil, Inglaterra, Alemanha e Países Baixos, envolvendo mais de 200 pesquisadores que geraram diversas patentes e importantes contribuições para o desenvolvimento de aeronaves mais eficientes.
As principais ênfases do programa foram no ruído aerodinâmico gerado pelo fluxo de ar sobre e sob as asas, no trem de pouso, na fuselagem da aeronave e nas fontes de ruído do motor e suas partes móveis.
O estudo foi realizado com foco na área de aeroacústica por meio de três abordagens distintas que se complementam, sendo uma frente experimental, com testes em voo e em túnel de vento, uma segunda frente onde são gerados modelos analíticos e empíricos e uma terceira frente de aeroacústica computacional.
“É uma imensa honra para a Embraer e toda a comunidade científica brasileira ser representada pelo engenheiro Micael Carmo e pelo professor Fernando Catalano. Nós acreditamos fortemente que a colaboração entre empresas e centros de pesquisas pode produzir inovações para melhorar a vida das pessoas e este programa é um grande exemplo disto”, comenta Henrique Langenegger, engenheiro-chefe da Embraer.
“Parabéns a todos que fazem a indústria aeronáutica brasileira ser globalmente respeitada por sua eficiência e sustentabilidade.”
Grandes desafios da atualidade
Como um dos mais prestigiados prêmios de inovação, o European Inventor Award é organizado pelo EPO (European Patent Office) para reconhecer pessoas e equipes que desenvolveram soluções para os grandes desafios da atualidade.
A indicação destaca as contribuições do programa Aeronave Silenciosa para o desenvolvimento dos jatos E2 da Embraer, que são ideais para operações em lugares com restrição de ruídos, beneficiando as regiões aeroportuárias densamente povoadas, companhias aéreas e impactando positivamente as comunidades locais.
Os finalistas são escolhidos por um júri independente que é composto de profissionais já indicados ao prêmio e que avaliam as contribuições das pesquisas para o progresso científico, desenvolvimento social e sustentável e prosperidade econômica. Todos os inventores devem ter patentes registradas na Europa.
A seguir, assista ao vídeo produzido pela organização do prêmio, que mostra mais detalhes do projeto de Micael e Fernando (em inglês):
* Este texto foi publicado originalmente no site da Agência Fapesp em 1/7/2024
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Foto (destaque): Embraer/divulgação
