Cientistas criam tecido autolimpante quando exposto à luz

Cientistas criam tecido autolimpante quando exposto à luz

Este é o sonho de qualquer pessoa que lava a própria roupa, ou pior ainda, da família toda. Pesquisadores australianos desenvolveram um tecido autolimpante quando em contato com a luz.

Os cientistas da Ian Potter NanoBiosensing Facility criaram nanoestruturas que conseguem degradar resíduos orgânicos quando expostos ao sol ou à luz elétrica.

“A grande vantagem de materiais têxteis é que eles já possuem uma estrutura 3D, perfeita para a absorção da luz”, afirma Rajesh Ramanathan, um dos criadores da tecnologia.

Os pesquisadores utilizaram nanoestruturas de cobre e prata, conhecidas por sua capacidade de absorver a luz. “Quando expostas à luz, elas recebem um impulso de energia que cria “elétrons quentes”. Estes elétrons liberam uma explosão de energia que permite que as nanoestruturas degradem a matéria orgânica”, explica.

Durante os experimentos, foram necessários apenas seis minutos para o processo de autolimpeza começasse. “Nosso próximo passo será testar nossos tecidos com compostos orgânicos que poderiam ser mais relevantes para os consumidores, para ver a rapidez com que eles podem lidar com manchas comuns, como molho de tomate ou vinho”, disse Ramanathan.

A invenção foi uma das finalistas do prêmio Index Award, uma espécie de Oscar do design internacional. A competição reconhece inovações que busquem a melhoria na vida das pessoas, ao mesmo tempo, que enfrentam grandes desafios como segurança alimentar, mudanças climáticas, doenças e poluição.

O tecido autolimpante será um excelente aliado para combater o desperdício de água no planeta. Uma máquina de lavar roupa gasta, em média, 125 litros de água num único programa de lavagem. Imagine, então, em casas de família com muitas pessoas, onde é necessário que a lavadora funcione vários dias por semana.

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Foto: divulgação

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Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.