O tempo virou em várias regiões do Mato Grosso do Sul e o estado teve o final de semana mais frio do ano. A mudança no clima foi muito bem-vinda, pois ajudou a controlar parte do fogo no Pantanal. Em um período de apenas 24 horas na semana passada, incêndios consumiram mais de 100 mil hectares. A propagação das chamas foi intensa e rápida. 80% da área do refúgio ecológico Caiman, no município de Miranda, foi destruída.
Infelizmente, talvez o alívio seja temporário. Este ano os incêndios começaram mais cedo no bioma, em geral o pico acontece só a partir de agosto, mas em junho eles já eram registrados em várias localidades.
Mesmo com a chuva dos últimos dias e as temperaturas mais amenas, o mapa de alerta de fogo mantido pelo corpo de bombeiros de Mato Grosso do Sul indica que nesta segunda-feira (12/08) há 623 focos de calor ativos.
A maior preocupação no momento das organizações que trabalham com os animais que têm o Pantanal como lar é pela sua sobrevivência. Os que não morreram porque conseguiram escapar do fogo agora encontram um cenário de devastação. A vegetação foi queimada e há maior dificuldade de conseguir alimentos. Nesse ambiente, muitas espécies também ficam mais vulneráveis à predação.
Na Caiman, por exemplo, onde está uma das bases do Instituto Arara Azul, uma quantidade enorme de palmeiras foi ao chão. Não só elas abrigavam ninhos – e estamos justamente no início do período de reprodução dessas araras -, como elas fornecem os frutos com os quais as aves se alimentam (leia mais aqui).
Veado caminha em meio à vegetação queimada
Foto: Bruno Sartori / Onçafari
Outra organização que atua no bioma, o Onçafari também está focado em ajudar que os animais sobreviventes resistam à falta de alimentos e água. Para isso, pretende construir poços e açudes para facilitar o acesso dos bichos à hidratação e disponibilizar frutas perto desses locais.
Onça-pintada flagrada andando em área atingida pelo fogo
Foto: Bruno Sartori / Onçafari
O trabalho de recuperação não será fácil. São esforços de longo prazo e que demandam investimento para que a fauna pantaneira não pereça.
E você pode ajudar nesse esforço. Tanto o Instituto Arara Azul, como o Onçafari lançaram campanhas de arrecadação de dinheiro nesse momento tão difícil.
Veja abaixo como contribuir com doações:
Instituto Arara Azul
PIX 05.910.537/0001-02
Onçafari
PIX 24.030.384/0001-53
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Foto de abertura: Bruno Sartori / Onçafari