O nascimento de um filhotinho de asno-selvagem-da-somália (Equus africanus somaliensis) foi muito celebrado pela equipe do Knowsley Safari, no Reino Unido, uma das instituições que fazem parte do programa internacional de reprodução em cativeiro desses animais, classificados com ‘em perigo crítico de extinção’, ou seja, um estágio antes de desaparecer por completo da natureza. Estima-se que restem apenas 200 deles no chamado Chifre da África, a região nordeste desse continente.
O recém-nascido é um macho, primeiro filhote da fêmea Lahra, de quatro anos, e o pai, Hansi, de cinco. Essa subespécie do asno-selvagem-africano possui uma pelagem cinza-azulada, barriga clara e listras pretas distintas nas pernas, que fazem lembrar as das zebras. Ele é o menor dentre todos os equinos existentes no planeta.
“Com somente cerca de 200 indivíduos adultos restantes na natureza, cada potro que nasce é um grande impulso para a sobrevivência de sua espécie, com uma população cada vez menor”, afirmou o Knowsley Safari em suas redes sociais.
Acredita-se que o asno-selvagem seja a espécie que deu origem ao jumento, que foi domesticado há mais de 6 mil anos no Norte da África. Infelizmente, a caça ilegal, a competição com animais domésticos por água e pastagens escassas em áreas do deserto resultaram em um declínio avassalador sobre as populações dos anos selvagens africanos. Além disso, nunca houve uma grande preocupação em relação à conservação desses animais.
Em geral, o asno-selvagem-da-somália chega a 2 metros de comprimento e 1,5 metro de altura, podendo pesar até 275 kg. A fêmea passa por uma longa gestação, que dura entre 11 e 12 meses. Esses animais chegam a viver 40 anos.
Algumas características físicas desses equinos o ajudam a sobreviver às temperaturas extremas do deserto. As orelhas grandes não só os ajudam a captar sons, como também auxiliam na dissipação de calor. Um asno-selvagem pode perder quase um terço do seu peso corporal em água e não morrer.
Em seu habitat natural, áreas rochosas do deserto, esse animal herbívoro se alimenta de gramíneas, mas também, cascas e plantas resistentes.
A fêmea Lahra com seu filhotinho
Foto: divulgação Knowsley Safari
Vale lembrar sempre que o trabalho de reprodução de espécies ameaçadas realizado em zoológicos certificados é muito importante para garantir que existam populações saudáveis e seguras fora da vida livre.
Graças a esses esforços, por exemplo, é que após 200 anos, os cavalos-de-przewalski voltaram a galopar nas estepes do Cazaquistão. A espécie foi extinta na região e só recentemente é que indivíduos que viviam em zoológicos de Praga e de Berlim foram levados para lá para serem reintroduzidos.
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*Com informações adicionais da Wild Oak Conservation e San Diego Zoo
Foto de abertura: divulgação Knowsley Safari