Cariocas lançam repúdio público a aglomerações em bares e ao descaso de parte da população do Rio diante da pandemia

Cariocas lançam repúdio público a aglomerações em bares e ao descaso de parte da população do Rio diante da pandemia

*Atualizado em 06/07/20

No mesmo dia em que a prefeitura do Rio de Janeiro permitiu a reabertura de restaurantes, bares e lanchonetes, desde que fossem obedecidas as determinações de distanciamento social e o uso de máscaras por todos, o que se viu nas imagens divulgadas nas redes sociais nos bares do Leblon, na zona sul da cidade, foi um completo desrespeito à coletividade, ao bom senso e o pior, aos trabalhadores desses estabelecimentos e às milhares de famílias que perderam entes queridos para a COVID-19.

No bairro frequentado pela elite carioca, os bares estavam lotados, com aglomerações nas calçadas, e com pessoas sem máscaras, e muitas vezes, debochando da pandemia. As imagens provocaram indignação geral (veja vídeo compartilhado na internet ao final do texto).

Cariocas lançam repúdio público a aglomerações em bares e ao descaso de parte da população do Rio diante da pandemia

Calçada do Bar da Praça, no Leblon, na quinta à noite

No Instagram, uma série de sites e perfis sobre assuntos relacionados à capital postaram hoje uma “Carta Aberta ao Rio de Janeiro”.

Abaixo, segue seu texto:

“Vimos a público reforçar nosso repúdio aos atos inconsequentes de parte da população carioca, que insiste em negligenciar a gravidade da pandemia do coronavírus e naturalizar a morte de milhares de pessoas.

Em um momento em que o país reúne mais de 1,5 milhão de infectados e 62 mil mortos, dentre eles mais de 10 mil no Rio de Janeiro, o respeito às normas de segurança é um dever de todo cidadão.

Nos solidarizamos com as famílias de cada uma das vítimas, pois perder um ente querido é ser invadido pela mais cortante das dores.

Empatia e apoio fazem toda a diferença. É muito triste ver como a nossa cidade vem tratando algo tão sério.

Esperamos que o Rio de Janeiro acorde para o que estamos enfrentando e nos colocamos à disposição para ajudar a cidade a se reerguer, com responsabilidade, dentro das recomendações de saúde”.

Assinam coletivamente a postagem @oquefazernorio @ondecomernorio @eorioeraassim @rionossodecadadiarj @riofaciloficial @orionaoesopraia @diariodorio @rioantigo @deolhonorio @riodeboasnoticias @maiorviagem @youmustgoblog @riodejaneirotrip @riocomcriancas @rioderole @orioeocarioca @orioquenaovivi

É realmente lamentável perceber o egoísmo de tanta gente. E o completo desprezo pela cidadania e pela ciência. Milhares de profissionais de saúde estão arriscando suas vidas, diariamente, tentando salvar a vida daqueles que enfrentam o coronavírus, enquanto isso, essa gente debocha de um pandemia, que já matou mais de 520 mil pessoas no mundo e contaminou quase 11 milhões.

A seguir, as recomendações estabelecidas pela Prefeitura do Rio de Janeiro para o funcionamento de bares, restaurantes e lanchonetes:

1. Mesas organizadas com distanciamento de dois metros entre elas, de preferência, em espaços abertos, como varandas e calçadas;
2. No espaço interno, deve ser respeitado o limite de 50% do número total de mesas;
3. Vedado o sistema self-service;
4. Vedado música ao vivo;
5. O horário máximo para o funcionamento é até 23h, tanto nas áreas internas como externas;
6. O uso de máscara é obrigatório tanto para clientes como para funcionários;
7. A máscara só pode ser retirada pelos clientes que estiverem já nas mesas, e exclusivamente nos momentos de refeição.

Pelas imagens que circulam nas redes sociais, nada disso está sendo cumprido, assim como não há fiscalização sendo realizada.

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*Infelizmente, durante o último final de semana também foram observadas aglomerações em bares de outros bairros cariocas.

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Fotos: reprodução internet

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Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.