
Foi a cor, um azul intenso, que chamou a atenção de Yoshiki Ochiai, estudante da Universidade de Tohoku, no Japão. “Eu estava trabalhando em um projeto de pesquisa completamente diferente na Baía de Sendai, na região de Tohoku, quando me deparei com esta caravela que nunca tinha visto por aqui”, relembra. “Então, eu a peguei, coloquei em um saco plástico com fecho, subi na minha scooter e a levei para o laboratório!”
A curiosidade e o instinto de Ochiai resultaram na descoberta de uma nova espécie de caravela-portuguesa, a primeira descrita no Japão.
Muitas vezes confundida com uma água-viva, a caravela-portuguesa (Physalia physalis) é um hidrozoário formado por uma colônia de pólipos, estruturas corporais de seres cnidários, que cooperam entre si como método de sobrevivência.
Todas elas são extremamente venenosas. Em contato com a pele humana, seus longos tentáculos, que podem chegar a ter até 30 metros de comprimento, podem provocam lesões, inchaços e queimaduras de até terceiro grau. Em casos mais extremos, a toxina da caravela-portuguesa pode causar reações alérgicas graves, acompanhadas de arritmias e náuseas.
A caravela encontrada no Japão é a quinta espécie conhecida pela ciência. Na verdade, foi há apenas poucos meses que pesquisadores declararam que havia, pelo menos, quatro e não uma única, como se acreditava até então.
A espécie japonesa foi batizada de Physalia mikazuki, que significa, em japonês, “capacete crescente de homem de guerra”, uma referência a Date Masamune, senhor feudal de Sendai, um guerreiro samurai conhecido pela lua crescente que adornava seu capacete.
As caravelas-portuguesas ganharam esse nome popular porque lembram o formato das antigas embarcações de navegadores de Portugal, que deslizavam pelos oceanos empurradas pelo vento.
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Foto de abertura: divulgação Tohoku University




