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Califórnia decide que invertebrados, incluindo insetos como abelhas e famosa borboleta monarca, entram em lista de espécies protegidas

Califórnia decide que invertebrados, incluindo insetos como abelhas e famosa borboleta monarca, entram em lista de espécies protegidas

Uma corte do estado americano da Califórnia determinou há poucos dias que animais invertebrados, incluindo insetos, podem fazer parte do California Endangered Species Act (CESA), legislação que protege espécies ameaçadas de extinção. Com isso, quatro abelhas nativas e a famosa borboleta monarca passam a contar com importantes medidas de proteção.

Em 2018, diversas organizações de proteção ambiental, entre elas a Xerces Society for Invertebrate Conservation, entraram com uma ação na justiça solicitando que invertebrados fossem incluídos na lei de proteção estadual.

“Estamos comemorando a decisão de hoje de que insetos e outros invertebrados são elegíveis para proteção sob o CESA. A decisão do tribunal permite que a Califórnia proteja alguns de seus polinizadores mais ameaçados, um passo que contribuirá para a resiliência dos ecossistemas nativos do estado”, diz Sarina Jepsen, diretora de Espécies Ameaçadas da Xerces.

A entidade ressalta a importância dos insetos não apenas para o meio ambiente, mas também para a segurança alimentar dos seres humanos. A redução da população de abelhas, por exemplo, pode ter consequências ecológicas de longo alcance. Um estudo apontou que quase 30% de todas as abelhas norte-americanas estão em risco de extinção. Já as monarcas apresentaram um redução na Califórnia de 95% desde a década de 1980.

As quatros espécies de abelhas que farão parte da lista de espécies protegidas são a Bombus crotchii, Bombus occidentalis, Bombus suckleyi e Bombus franklini. De acordo com o CESA, órgãos públicos não devem aprovar projetos que “comprometam a continuidade da existência” de qualquer espécie em risco de extinção ou que alterem seu habitat. Além disso, elas não podem ser removidas da natureza ou mortas.

“Com uma em cada três mordidas de alimentos que comemos provenientes de uma cultura polinizada por abelhas, esta decisão do tribunal é fundamental para proteger nosso suprimento de alimentos”, ressalta Rebecca Spector, diretora da Costa Oeste do Centro de Segurança Alimentar. “A decisão esclarece que insetos como abelhas se qualificam para proteções sob o CESA e são necessárias para garantir que populações de espécies ameaçadas possam sobreviver e prosperar”.

Mas a vitória na corte não foi fácil. Foram quatro anos de batalha, já que um consórcio de empresas ligadas ao setor agrícola tentou impedir a ação de ir em frente.

Os especialistas da Xerces lembram que mais de 80% de todas as espécies de plantas terrestres requerem um polinizador animal (geralmente um inseto) para se reproduzir. Cerca de um terço da produção de alimentos depende de polinizadores e 75% de todas as frutas e vegetais produzem maiores rendimentos quando polinizados.

O estado da Califórnia é um importante produtor agrícola dos Estados Unidos. Ou seja, a decisão da corte estadual também representará manter ganhos para a economia. Estima-se que no país insetos nativos contribuam com cerca de US$ 70 bilhões por ano para o setor por meio de seus serviços de polinização.

*Com informações e entrevistas da Xerces Society e do site Mongabay

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Foto: BumbleBCons/Creative Commons/Flickr

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