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Bolsas de artesãs de Salvador feitas com anéis de latas recicladas viram artigo de luxo e ganham o mundo

Bottletop: bolsas de artesãs de Salvador feitas com anéis de latas recicladas viram artigo de luxo e ganham o mundo

Caminhando pela Regent Street, a rua de compras mais famosa e badalada de Londres, esbarro em uma pequena loja que chama minha atenção. Já li sobre ela em uma revista. É a Bottletop. Entro e logo percebo a decoração, toda com latinhas de alumínio. Um cartaz revela que esta é a primeira loja do mundo em que o ambiente é feito apenas com plástico reciclado em impressora 3D.

A música tocando é brasileira. E a escolha da trilha sonora não é ao acaso. As bolsas vendidas aqui são confeccionadas por uma equipe de artesãs de Salvador. Todas levam anéis reciclados de latas de alumínio.

Foi em uma viagem ao Brasil que Oliver Wayman descobriu a técnica utilizada pelas artesãs baianas. O britânico, um dos sócios da Bottletop, se deparou com o trabalho realizado em favelas de lá: lacres de alumínio entrelaçados por crochê.

Hoje, o ateliê de Salvador conta com 14 artesãs, que usam os anéis reciclados, coletados por catadores nas ruas da cidade, para fabricar as luxuosas bolsas da Bottletop. “Mas estamos em processo de expansão da equipe”, conta Wayman, em entrevista ao Conexão Planeta. Antes do ponta-pé inicial da produção, as baianas passaram por um treinamento com um especialista europeu para se adequar ao método utilizado pela Bottletop.

Trabalho artesanal das artesãs de Salvador

A marca surgiu em 2002 pelas mãos dele e o amigo Cameron Saul, este último, filho do fundador da Mulberry. A ideia era criar um negócio social, auxiliado pela expertise da consagrada Mulberry, um ícone mundial do mercado de couro de luxo.

As primeiras coleções da Bottletop eram de bolsas feitas com tampas de garrafas produzidas no Quênia. O dinheiro arrecadado com a venda das peças era revertido para as famílias envolvidas no trabalho e também, em programas de educação em comunidades africanas mantidos pela Bottletop Foundation, o braço social da marca, responsável por gerenciar os projetos apoiados.

Loja da Bottletop em Londres

E é este mesmo esquema que acontece há alguns anos em Salvador. Além de garantir renda econômica para as famílias das artesãs que confeccionam as bolsas, recursos são investidos em programas sociais locais, como por exemplo, o Viva a Vida, que tem como foco jovens carentes e em situação de vulnerabilidade na capital baiana. O dinheiro ajuda ainda projetos no Rio de Janeiro, Nairobi e Etiópia.


Jovens beneficiados por programa apoiado pela Fundação Bottletop

As bolsas brasileiras levam ainda couro, produzido de maneira sustentável na Amazônia. “São fabricadas centenas de bolsas por ano e todas elas são finalizadas no Brasil”, explica Wayman.

A bolsa com lacres de latas reciclados, crochê artesanal e couro sustentável

A missão da marca diz tudo: “Nosso trabalho tem o objetivo de capacitar e apoiar artesãos talentosos e dar-lhes meios de subsistência e também, empoderar jovens com educação e saúde através do design sustentável. Nos propusemos a impactar positivamente as pessoas e o planeta em cada etapa da jornada de nossos produtos – desde a coleta das matérias-primas que usamos até o momento em que nossas peças chegam às suas mãos”.

Trabalho lindo, que certamente pode ser usado como exemplo por outras empresas do mundo da moda!

Lavagem dos lacres das latas

Família de comunidade de Salvador, onde as bolsas são confeccionadas

 

 

Fotos: divulgação Bottletop

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Sandra
Sandra
5 anos atrás

Às vezes dá vontade de continuar sendo brasileira, quando se vê algo do tipo, com essa gente boa da Bahia reciclando para o mundo comprar criatividade, arte e garra e ainda por cima contribuindo para menos lixo no Planeta, além de garantir o leite das crianças. Só aplauso.

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