
No último domingo, 9 de junho, cerca de 50 ativistas impediram a passagem do navio de cruzeiro holandês Zuiderdam, no porto da cidade de Kiel, no norte da Alemanha, para protestar contra as emissões de gases de efeito estufa provocadas pelo setor (um dos maiores poluidores) e também contra as condições de trabalho a bordo desse tipo de embarcação.
A ação dos membros do grupo Smash Cruises começou logo no início da tarde, quando eles posicionaram pequenos barcos e botes à frente do navio e também ocuparam um guindaste do terminal de Ostseekal, para instalar uma grande faixa que dizia: Cruzeiros matam o clima.
Policiais e forças especiais de segurança foram acionados para conter a manifestação, que levou horas e só terminou por volta das 21h, quando 37 ativistas foram presos. Porta-voz da Holland America Line, companhia de cruzeiros britânica norte-americana que controla o Zuiderdam, o navio saiu do porto rumo à Copenhague pouco antes das 22h, conforme programado.
Luxuoso e sujo
Em 2017, a ONG Nabu – União Alemã de Conservacão da Natureza e da Biodiversidade, publicou ranking dos navios de cruzeiro mais poluidores, que revelou o progresso ínfimo que esse setor tem empreendido contra a poluição do mar e a emissão de gases de efeito estufa.
Dos 77 navios avaliados, quase a totalidade (76) utilizava óleo combustível poluente. Como argumento contra essa prática, a Nabu revelou que, ao usar esse combustível, um único transatlântico emite tantos gases quanto cinco milhões de carros na mesma distância.
A ONG Extinction Rebellion, de Kiel, divulgou a ação em seu Twitter:
Today activists of @smashcruiseshit blocked the cruise ship #Zuiderdam in the city of Kiel. Cruise Ships 🚢 are an overlooked topic regarding emissions. DangerouS to nature and health. Port cities unite! Spread the word! @ExtinctionR @ExtinctionR_DE pic.twitter.com/au0NvJKrYD
— Extinction Rebellion Kiel (⧖) (@xr_kiel) June 9, 2019
Fontes: NYTimes, EuroNews, DW, Extinction Rebellion, Smash Cruises
Foto: Divulgação/Smash Cruises
Ativistas são espécimes humanos acima da média, nascidos para fazer a diferença entre falar e fazer, conscientizados para o ecologicamente correto e focados principalmente no melhor para o Planeta que, em suma é o melhor para todos os terráqueos. Jovens ativistas arriscam a própria vida, resolutos e inarredáveis da opção escolhida, ainda que esmurrando pontas de faca e enxugando gelo, sob chuva, neve e sol, porque acreditam no que fazem e para quem fazem. Alguns destes heróis defendem o meio ambiente, à semelhança de Davi contra os Golias da prepotência, da ambição e da ganância, gigantes do poder econômico que têm a faca e o queijo na mão e quando dão as rédeas são obedecidos pelos que lhes submetem por necessidade ou interesse.Mas existe uma classe de ativistas sensibilizados com algo mais do que a qualidade do ar e a quantidade de árvores destruídas, os gases de efeito estufa, a poluição atmosférica e sonora, capazes de arrancar, do peito, o próprio coração pela vida de animais considerados objetos, coisas, mercadoria de compra e venda. Por isso se posicionam contra a exportação de gado vivo, o inferno dos animais na Terra; não apenas condenados a morrer em outro país, mas a viajar confinados, amontoados como pedras e se algum adoece é lançado ao mar como traste inútil. No entanto são vidas. Sentem dor e medo, angústia e solidão tanto quanto nosso amado cão ou gatinho meigo sentiria se tratado assim. Sentem medo de morrer, como nosso filho sentiria, se visse seus irmãos morrendo em volta. Estes ativistas mártires são capazes de sentir a dor deles, jovens que renunciam ao conforto de seu lar para arriscar-se por animais que nunca viram antes e que jamais verão de novo, porque viajarão para morrer distante, após semanas de tortura. Ativistas podem perder batalhas mas não são vencidos. Deixam pegadas e a marca desta coragem e destemor são percebidas pelos que pensam igual, pelos que amam e sofrem igual para que o mal seja vencido pelo bem, um dia, não importa quanto tempo falte, eles estarão no mesmo lugar de sempre, ao lado dos animais que padecem para que, se não puderem ser salvos, ao menos morram sabendo que deixaram amigos verdadeiros na Terra, chorando por eles.
https://www.forumanimal.org/gado-vivo
Impacto ambiental e crueldade. “Para chamar atenção aos horrores sofridos por animais transportados vivos, organizações do mundo todo escolheram 14 de junho como o Dia Contra a Exportação de Animais Vivos. Este ano, serão feitas manifestações em mais de 40 países, em todos os continentes”. Impossível não pensar sobre.
https://www.forumanimal.org/single-post/2019/06/07/Pelo-fim-da-exporta%C3%A7%C3%A3o-de-animais-vivos