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O Brasil, um dos países que mais matam ativistas ambientais no mundo, vê se repetir no Javari a tragédia de Chico Mendes, Dorothy Stang, João Cláudio e Maria

É com tristeza e revolta que o Observatório do Clima recebe a notícia de que o indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips foram assassinados no Vale do Javari. Nossos pensamentos se voltam às famílias de ambos, numa dor que também é nossa, por termos tido o privilégio de conviver com a gentileza, a bondade e o profissionalismo de Dom.

O Brasil, um dos países que mais matam ativistas ambientais no mundo, vê se repetir no Javari a tragédia de Chico Mendes, Dorothy Stang, Zé Cláudio e Maria e tantos outros que confrontaram e confrontam os criminosos que atormentam os povos e saqueiam a floresta na Amazônia.

No governo Bolsonaro, porém, a barbárie tem cúmplices no Palácio do Planalto e nas Forças Armadas.

Além de ter deliberadamente entregue a Amazônia ao crime, o regime de Jair Bolsonaro reagiu ao desaparecimento com a mesma crueldade com que tratou as centenas de milhares de brasileiros mortos na pandemia:
– o Exército adiou o quanto pôde o início das buscas;
– o presidente da Funai, que havia exonerado Pereira porque este cumprira seu dever de proteger os indígenas em Roraima, lavou as mãos; e
– o Presidente da República culpou as vítimas, que segundo ele haviam embarcado numa “aventura não recomendável”.

A necropolítica, marca do atual governo, também está presente nas mortes de Dom e Bruno.

“Na Amazônia, a bala que mata jornalistas, ativistas e indígenas é comprada com o dinheiro da grilagem, do garimpo ilegal e da madeira roubada. Sob Bolsonaro, esses crimes aumentaram seus negócios, seu poder e sua atuação e hoje estão mais preparados do que nunca para eliminar quem atravessa seu caminho”, conta Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.

“Pela omissão nas buscas ou pelo estímulo aos criminosos, o governo Bolsonaro tem todas as digitais impressas nesta tragédia que entristece a todos nós”.
_____________________

*Este texto foi publicado originalmente no site do Observatório do Clima em 15/6/2022 (e atualizado em 16/6/2022)

Foto: reprodução do Twitter (segundo o Observatório do Clima)

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