A convite da SeaShepherd Brasil, artistas e apresentadores brasileiros – Angélica, Xuxa Meneghel, Antonio Pitanga, Fábio Porchat, Cristiana Oliveira, Bella Campos, Debora Lamm, Vladimir Brichta, Junno Andrade e Renato Góes – gravaram mensagens para pedir aos brasileiros que pressionem o governo da Dinamarca pela libertação de Paul Watson, defensor das baleias e dos oceanos desde os anos 80.
“O Capitão Paul Watson está preso!”, diz Angelica no vídeo. “Um homem que dedicou mais de 50 anos a proteger as baleias ao redor do mundo”, acrescenta Junno. “A estimativa é que o trabalho dele tenha salvado a via de mais de 6.500 baleias!”, completa Xuxa.
[O Japão] “Já avisou que vai ser se dar o direito de matar mais de 200 baleias de diversas espécies”. E Porchat diz, após Angelica, Cristiana, Débora e Bella contarem sobre a prisão do ativista: “Você pode mudar essa situação protestando!”.
Brichta complementa: “Poste, mande mensagem para a embaixada, converse com os amigos, a gente tem que se indignar”. Góes finaliza: “Free Paul Watson! Liberdade para Paul Watson! (assista ao vídeo no final deste post).
Assine e compartilhe a petição online Free Paul Watson e cobre apoio do governo Lula, como fez a França (leia mais adiante).
A ONG Shepherd Brasil enfatiza o apoio do público – onde quer que esteja –, por isso, pede a todos que “continuem escrevendo diretamente para o Ministério da Justiça da Dinamarca (MoJ), pedindo que intervenham e acelerem a conclusão deste caso para evitar mais injustiças”. O e-mail para isso é jm@jm.dk.
Na semana passada, nas redes sociais, o cacique Raoni, do povo Kayapó, declarou estar do lado de Paul Watson e “ameaçou” da justiça dinamarquesa:, “Se vocês liberarem ele da prisão, ficarei feliz pela liberdade dele. Agora, se não soltarem ele, vou pessoalmente falar com vocês”.
A velejadora brasileira Tamara Klink e a banda francesa de rock eletrônico, Shaka Ponk, também declararam seu apoio ao ativista.
A detenção de Watson
A mobilização neste momento deve-se ao fato de que, na próxima quarta-feira, 4/9, se encerra o prazo determinado pela Justiça da Dinamarca, que tem soberania sobre a Ilha de Nuuk, na Groenlândia, onde ele foi preso em numa espécie de ‘armadilha’ em 21 de julho.
Watson saiu de Dublin, na Irlanda, e seguia no barco da Fundação Capitão Paul Watson, em direção ao maior e mais perigoso navio baleeiro japonês – Kangei Maru, lançado ao mar naquele mês -, para interceptá-lo. Antes, porém, ele e sua equipe decidiram parar para abastecer (contamos aqui).
Assim que o navio M/Y John Paul DeJoria aportou, policiais federais dinamarqueses e agentes da SWAT detiveram Watson para atender alerta vermelho da Interpol solicitado pelo governo japonês por ele ter realizado, anos atrás, ações para impedir suas “pesquisas baleeiras” na Antártica.
A caça de baleias nessa região foi declarada ilegal pela Corte Internacional de Justiça em 2014, mas o Japão só interrompeu a prática em 2016, alegando que, a partir daquele momento, só voltaria à atividade em suas águas territoriais.
Há mais de dois meses, Watson (sua equipe e advogados) aguardam a decisão da justiça dinamarquesa em relação ao pedido de extradição feito pelo Japão. Caso isso aconteça, ele pode ser sentenciado com pena de 15 anos, ou seja, poderá passar o resto de sua vida encarcerado (ele está com 71 anos!).
Após quase um mês no Centro de Detenção Anstalten, uma das prisões mais remotas do mundo, em 15 de agosto o ativista foi levado ao Tribunal de Nuuk, na Groenlândia para o primeiro julgamento. Sem direito à defesa. Foi quando o juiz local decidiu que ele continuaria preso até que o Ministério da Justiça da Dinamarca termine de analisar o caso e declare sua sentença, até 5 de setembro.
O apoio da França, de Bardot e do presidente
Em 23 de julho, segundo a agência RFI, centenas de artistas e ativistas francesestambém se mobilizaram para tentar evitar a extradição do amado ativista. Encabeçadas pela ativista Brigitte Bardot, 89 anos, 388 mil pessoas assinaram petição online para pressionar o presidente Emmanuel Macron para que interceda em favor de Watson.
“Devemos fazer tudo para salvar este homem corajoso”, disse a lenda do cinema ao jornal Le Parisien, na ocasião.
No mesmo dia, o gabinete de Macron declarou que ele estava pedindo às autoridades dinamarquesas que não extraditem o ativista. Impedido de voltar a seu país, o Canadá, há um ano Watson mora na França com sua companheira e os dois filhos pequenos.
“O presidente está acompanhando a situação de perto” e “intervindo com as autoridades dinamarquesas”, declarou o gabinete do palácio do Eliseu.
A seguir, assista ao vídeo da campanha da Sea Shepherd Brasil com os artistas e apresentadores brasileiros. Também ouça Ric O’Barry – conhecido por sua luta incansável pela proteção dos golfinhos, especialmente no documentário premiado com o Oscar, The Cove – sobre o brutal sistema prisional japonês. Ele também faz um apelo ao ministro da Justiça da Dinamarca para que liberte Paul Watson! Ric foi torturado no Japão por defender os golfinhos, e teme que o mesmo aconteça com Paul, se ele for extraditado.
Ver essa foto no InstagramUma publicação compartilhada por Sea Shepherd Brasil (@seashepherdbrasil)
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Fotos (destaque): reproduções do vídeo da Shepherd Brasil
Com informações da Shepherd Brasil