Armadilha fotográfica revela a chegada de dois novos filhotes de onça-pintada no Parque Nacional do Iguaçu

Armadilha fotográfica revela o nascimento de dois novos filhotes de onça-pintada no Parque Nacional do Iguaçu

A captura de tela acima está meio desfocada, mas o vídeo mais abaixo comprova porque a equipe do projeto Onças do Iguaçu está tão feliz: armadilhas fotográficas instaladas no Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná, flagraram a presença de dois novos filhotes de onça-pintada. A câmera filmou os pequenos caminhando, um atrás do outro.

“A chegada de duas novas oncinhas é uma alegria e mais uma esperança para a conservação da espécie, e sinaliza ainda mais a importância de mantermos a integridade desse parque que as acolhe. Vida longa às novas oncinhas”, escreveu o time do Onças do Iguaçu em nota. “A onça-pintada é um predador de topo de cadeia e uma espécie que tem grandes requerimentos de habitat, portanto é uma indicadora da qualidade dos ambientes onde vive. O Parque Nacional do Iguaçu é um refúgio para as onças-pintadas e uma das áreas mais importantes para sua sobrevivência no bioma”.

Os biólogos do projeto acreditam que os filhotes tenham cerca de oito meses e asseguram que eles parecem saudáveis e fortes. Ainda não se sabe o sexo dos dois.

A intenção agora é descobrir quem é a mãe e monitorar os novos moradores do parque. Para isso, aumentou-se o número de armadilhas fotográficas na região onde eles foram avistados para tentar fazer novos registros.

Em julho do ano passado, como contamos também, já havia sido registrada a chegada de três filhotes no parque. Antes disso, a última vez que filhotes tinham nascido ali foi em 2018 (pelo menos vistos através das armadilhas), quando a fêmea Atiaia teve três oncinhas, conforme mostramos nesta outra reportagem.

Recuperação da espécie no sul do país

A população de onças-pintadas do Parque Nacional do Iguaçu foi quase foi extinta na década de 90. Estimativas apontavam que, em 2009, eram apenas onze indivíduos. Graças ao projeto de conservação, em 2018 esse número subiu para 28. Um novo censo foi realizado entre setembro de 2020 e janeiro de 2021 e em breve seu resultado deve ser divulgado.

No final de 2019, Yara Barros foi a vencedora do Ron Magill Conservation Heroes Award, que identifica a contribuição excepcional de profissionais e projetos à conservação da fauna silvestre na América Latina e no Caribe (leia mais aqui).

O trabalho realizado pelo Onças do Iguaçu não se restringe apenas ao monitoramento das onças-pintadas, mas engloba ações de educação e conscientização, fundamentais para que as pessoas possam entender a importância da conservação e do respeito a essa espécie e seu habitat para sua sobrevivência, tão ameaçada.

Onça-pintada: o maior felino das Américas

A onça-pintada (Panthera onca), também chamada de jaguar, originalmente era encontrada desde o sudoeste dos Estados Unidos até o norte da Argentina. Atualmente, a espécie está oficialmente extinta no território americano, é muito rara no México, mas ainda pode ser vista na Argentina, Paraguai e Brasil.

Devido à perda de habitat e a fragmentação da mata, provocados pelo desmatamento, pesquisadores chegaram a afirmar que a onça-pintada pode desaparecer da Mata Atlântica, como mostramos aqui, neste outro post.

Biólogos celebram chegada de três novos filhotes de onça-pintada no Parque Nacional do Iguaçu

*Texto alterado às 12h12 para corrigir informação sobre o último censo realizado

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Fotos: reprodução vídeo (abertura) e Emílio White (onça-pintada colorida)

Um comentário em “Armadilha fotográfica revela a chegada de dois novos filhotes de onça-pintada no Parque Nacional do Iguaçu

  • 23 de julho de 2021 em 5:30 PM
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    Senhor proteja essa duplinha linda. Que a mãe volte logo para estes pequenos, e vida longa e saudável para a bela família. Caso contrário, n sobreviverão por mto tpo sozinhos. E se infelizmente alguma tragédia acontecer com a mãe, q o projeto consiga capturá-los a tpo.

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Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.