Após passagem do furacão Ida, mais de 1 milhão de pessoas estão sem eletricidade e água encanada no estado da Louisiana

Após passagem do furacão Ida, mais de 1 milhão de pessoas estão sem eletricidade e água encanada no estado da Louisiana

O furacão Ida chegou ao estado americano da Louisiana na tarde do último domingo (29/07). Muito antes disso, autoridades já tinham alertado a população sobre os seus riscos. Furacão de categoria 4, o máximo da escala é 5, ele trouxe chuva, vento240 km por hora – e muita destruição. Felizmente, a maioria dos moradores seguiu as recomendações e deixou suas casas. Mas a água provocou enchentes e inundações.

No momento, enquanto a Força Nacional do estado trabalha para ajudar as pessoas e fazer com que elas possam voltar para suas residências, o problema maior é a falta de eletricidade e água encanada. Mais de um milhão de americanos estão sem luz, sobretudo, na região mais ao sul da Louisiana, a principal impactada pelo Ida. De acordo com um comunicado da empresa Entergy, várias torres de sua linha de transmissão foram afetadas.

Sem energia e sem previsão de seu restabelecimento – fala-se em até um mês para que o sistema volte a funcionar por completo -, a população do estado se prepara para a chegada de uma onda de calor. As temperaturas devem passar dos 30o graus.

A prefeitura de New Orleans, a maior cidade da Louisiana, informou que há diversos abrigos abertos onde os moradores podem encontrar refeições e ar-condicionado. Além disso, está distribuindo água potável, gelo e comida em vários outros pontos drive-thru.

Hoje, quarta-feira, o Ida, que se transformou numa depressão tropical (um ciclone mais brando), está subindo a costa leste e a região do meio-Atlântico dos Estados Unidos. Vários estados receberam alertas do Serviço Nacional de Meteorologia sobre possíveis enchentes e alagamentos. O nordeste da Virginia, Maryland, Pensilvânia e a West Virginia podem ter um volume anormal de chuva. Em muitas cidades, as aulas foram suspensas e os moradores instruídos a ficarem em casa.

Após passagem do furacão Ida, mais de 1 milhão de pessoas estão sem eletricidade e água encanada no estado da Louisiana

Imagem do furacão Ida feita por astronauta da Estação Espacial Internacional

Um estudo publicado no ano passado na revista Nature analisou a ação dos ciclones tropicais nas últimas seis décadas e identificou que os furacões estão perdendo o “freio” que faz com que sua força caia rapidamente no momento em que eles atingem a terra. Esse fenômeno está diretamente relacionado ao aumento das temperaturas da superfície oceânica. Como consequência, o potencial devastador dos furacões está cada vez maior (leia mais aqui).

Outra análise divulgada por um relatório das Nações Unidas apontou que o número de desastres naturais aumentou quase 75% nas últimas duas décadas, resultando na morte de 1,2 milhão de pessoas. 60 mil pessoas perderam a vida por ano e outras 4 bilhões foram afetadas por eventos como inundações, tempestades, terremotos e temperaturas extremas.

Leia também:
Desastres climáticos estão entre cinco maiores preocupações para a próxima década em relatório do Fórum Econômico Mundial
Brasil sobe no ranking dos países mais atingidos por eventos climáticos extremos
Mudanças climáticas podem provocar prejuízos globais de US$2,5 trilhões até 2100
“A Mãe Natureza é física, biologia e química. A mudança climática é REAL. A discussão acabou!”, diz enfurecido, governador da Califórnia

Fotos: Louisiana National Guard/Creative Commons/Flickr (abertura) e Agência Espacial Europeia/Fotos Públicas (imagem aérea do Ida)

Deixe uma resposta

Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.