PUBLICIDADE

Após 150 anos, Chile devolve ao povo Rapa Nui escultura da Ilha de Páscoa

Após 150 anos, Chile devolve ao povo Rapa Nui escultura da Ilha de Páscoa

Assim como diversos objetos e símbolos históricos de civilizações antigas que foram “retirados” de seus locais originais nos séculos passados e incorporados aos acervos de museus de grandes cidades europeias, como Londres, Paris e Berlim, o mesmo aconteceu com várias esculturas dos Rapa Nui, povos que vivem na região de um dos pontos mais distantes do planeta, a Ilha de Páscoa, localizada a 3.700 km do continente americano.

Os moais, como são conhecidas essas imensas esculturas de pedra, representando o rosto de seres humanos, podem chegar a até 10 metros de altura. São mais de 800 monólitos em Páscoa. E agora, em breve, voltará à ilha um deles, que foi saqueado dali há exatos 152 anos.

A escultura chegou ao Chile em 1870 a bordo da corveta O’Higgins e oito anos mais tarde começou a ser exposta no Museo Nacional de Historia Nacional. E depois de um século e meio em posse do moai, o governo do país decidiu pela devolução à sua terra natal.

A iniciativa faz parte do “Programa de Repatriação Ka Haka Hoki Mai Te Mana Tupuna”, que busca o retorno à ilha dos corpos de seus ancestrais, seus objetos sagrados e funerários, e cumpre o compromisso de restaurar bens patrimoniais como os Moai e os Ivi Tupuna, preservados no Museu Nacional de História Natural.

Feito em rocha basáltica, o moai que percorrerá uma viagem de cinco dias de navio para chegar até a Ilha de Páscoa pesa 715 kg e está montado em uma plataforma de concreto de 230 kg. “Para sua transferência, foi construída uma nova base metálica, pesando 116 kg e uma embalagem especial para sua proteção que pesa 194 kg. Ao todo, 1.255 quilos tiveram que ser transportados do segundo andar do museu até o caminhão que o levou ao seu ponto de embarque no porto de Valparaíso, de onde partirá no dia 28 de fevereiro no navio Rancagua”, informa o museu.

Foi no final de 2018 que a comunidade Rapa Nui solicitou o retorno da escultura e outras peças da ilha. Para eles, os moais representam o espírito de seus ancestrais, detentores da energia ancestral e são considerados a encarnação viva de uma pessoa.

Em 1995, o Parque Nacional de Rapa Nui foi declarado Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO.

Quando chegar ao seu destino final, o moai ficará em exibição no Museu Antropológico Padre Sebastián Englert de Rapa Nui.

Há dois anos esse povo também tenta trazer de volta outra estátua de sua história – Hoa Hakananai’a -, que “pertence” ao Museu Britânico. O governo da Grécia também reivindica há anos algumas esculturas do Partenon de Atenas que estão no museu de Londres.

Escultura monolítica, feita de uma única rocha, pesa 715 kg

Leia também:
Mudanças climáticas ameaçam Patrimônios Naturais e Culturais da Humanidade

Parque da Califórnia é renomeado “Sue-meg”, em reparação histórica à tribo indígena, massacrada por europeus
Prefeitura da Cidade do México substituirá estátua de Cristóvão Colombo por monumento às mulheres indígenas
Após anos de críticas, time de futebol americano muda nome em respeito a povos indígenas

Fotos: Museo Nacional de Historia Natural Chile

Comentários
guest

1 Comentário
Oldest
Newest Most Voted
Inline Feedbacks
View all comments
Sandra
Sandra
2 anos atrás

Muito justo o retorno da escultura ao seu local de origem porque símbolos religiosos, quaisquer que eles sejam, possuem a energia dos pensamentos e sentimentos daqueles que neles creem, assim como a cruz, para os cristãos, de preferencia sem Jesus crucificado nela, pois Ele já se libertou de seus flagelos, graças a Deus.

Notícias Relacionadas
Sobre o autor
PUBLICIDADE
Receba notícias por e-mail

Digite seu endereço eletrônico abaixo para receber notificações das novas publicações do Conexão Planeta.

  • PUBLICIDADE

    Mais lidas

    PUBLICIDADE