Amazonas ganha ‘Escola de Formação em Economia Solidária Paul Singer’

A boa notícia hoje vem do Norte do Brasil. O Conselho Regional de Economia do Amazonas (Corecon-AM), juntamente com a Superintendência Regional do Trabalho (SRT) do Ministério do Trabalho, lançou, em 28 de março, a Escola de Formação em Economia Solidária Paul Singer.

A iniciativa surgiu com o objetivo de apoiar empreendimentos do Cadsol (Cadastro de Empreendimentos Econômicos Solidários) da Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES) do Ministério do Trabalho, buscando promover troca de experiências entre os empreendimentos e sensibilizar gestores públicos para criarem iniciativas de programas e ações direcionados ao fortalecimento da economia solidária no estado do Amazonas.

Durante o lançamento, foi realizada a oficina Fortalecimento dos Empreendimentos Solidários e Cadsol, que contou com apoio da União Nacional das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes), do Movimento Nacional dos Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis (MNCR), entre outras organizações da sociedade civil.

Dados do Ministério do Trabalho mostram a existência de cerca de 500 empreendimentos de economia solidária no Amazonas, envolvendo cerca de 25 mil pessoas. E este número tende a ser ainda maior, pois estima-se que haja outros empreendimentos solidários não cadastrados, em grande parte atuando de modo informal. Situação que se repete em todo o país.

O Corecon-AM já havia lançado, em 2013, o grupo Economistas Solidários, cujo objetivo é apoiar projetos de ecosol por meio de orientações técnicas e treinamentos nas comunidades onde serão desenvolvidos. Com a criação da Escola, dá um passo além.

Marcela Vieira, economista solidária que atua há mais de 20 anos na área e ministrou a oficina de lançamento da Escola, aponta a importância dessas iniciativas: “Para os economistas, tudo isso é muito desafiador, porque a economia solidária não é abordada nos cursos de economia, o que inviabiliza a adesão e motivação de novos economistas. Mas é possível vencer esse obstáculo, dar oportunidade para uma outra economia acontecer. A economia de menor escala, e não da macroeconomia”.

Iniciativas de fortalecimento da economia solidária em meio à precarização do trabalho, à redução de ofertas de vagas e a restrição do mercado de trabalho – que deixam à margem trabalhadores e trabalhadoras com idade mais avançada e jovens sem experiência -, abrem espaço para o fortalecimento de processos coletivos de trabalho e geração de renda.

O nome da escola é uma homenagem a Paul Singer, considerado o ‘pai’ da economia solidária no Brasil, com quem já conversei para este blog.

Foto: Jungwoo Hong/Unsplash

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Mônica Ribeiro

Jornalista e mestre em Antropologia. Atua nas áreas de meio ambiente, investimento social privado, governos locais, políticas públicas, economia solidária e negócios de impacto, linkando projetos e pessoas na comunicação para potencializar modos mais sustentáveis e diversos de estar no mundo.