Água que cura


Você já experimentou colocar os pés em água fria (até 18 graus) quando está com a cabeça quente? Pois é, os chineses foram os criadores da hidroterapia, ou seja, a cura pela água. Mas foi o alemão Sebastian Kneipp, praticamente desconhecido no Brasil e considerado o pai da medicina natural no seu país, o responsável por tornar popular essa terapia com água como tratamento para os males do corpo e da alma.

Sebastian Kneipp tinha 24 anos quando pegou tuberculose e, depois de ler um livro sobre o poder da cura pela água fresca, passou a caminhar e entrar nas águas do rio Danúbio duas a três vezes por semana. Ele recuperou a saúde. Quando tornou-se sacerdote e foi trabalhando em Wörrishofen começou a utilizar a água para tratar a população de problemas respiratórios, arritmias, insônias, doenças nervosas e das “dores da alma”.

Dr. Kneipp já pregava que a prevenção é o melhor remédio e dizia que quem “não reserva diariamente um pouco de tempo para a saúde, um dia vai consagrar muito tempo à doença”. Para ele, a água já tinha um papel essencial na promoção da saúde e do bem estar: dissolver, eliminar e fortalecer.

São muitas as técnicas e inúmeras as doenças que podem ser tratadas pelo método do Dr. Kneipp: a água pode ser fria, morna ou quente depende do problema a ser tratado. As técnicas incluem compressas, banhos, duchas, jatos, inalações e gargarejos. O postal abaixo mostra algumas das terapias possíveis.

A água funciona sobre o metabolismo, sistema nervoso e circulação sanguínea e contribui para a melhora física e emocional além de ajudar em tratamentos ortopédicos, respiratórios, neurológicos e reumatológicos.

Além da hidroterapia, Dr. Knieipp baseava o seu tratamento em outros quatro eixos:
• Fitoterapia: a natureza como melhor remédio;
• Alimentação: variada e regular, com preferência para vegetais;
• Movimento: a vida é movimento e temos que procura-lo aonde quer que se vá; e
• Equilíbrio: saúde significa equilíbrio e paz interior.

Todo seu conhecimento continua sendo utilizado não só na Alemanha, mas em outros lugares do mundo. Desde 1920, as termas de Wörrishofen são consideradas Spa de tratamento e recebem, até hoje, visitantes do mundo todo.

Dr. Kneipp escreveu seis livros, sendo o mais famoso deles Minha Água Cura. Nenhum deles foi publicado no Brasil, mas há traduções em espanhol e português de Portugal, que podem ser encontrados em livrarias online. Além disso, cosméticos, remédios e outros produtos baseados nas suas pesquisas continuam a ser produzidos e podem ser encontrados em lojas e farmácias da Alemanha.

No Brasil, mesmo que seu nome não seja conhecido, tratamentos e banhos recomendados por ele podem ser encontrados em termas e balneários como o de Águas de Lindóia. O balneário oferece banhos medicinais e estéticos a preços populares e tem, inclusive, tratamento de saúde pelo SUS para diversas doenças.

Nosso encontro com o legado do Dr. Kniepp se deu de forma bem prática na nossa recente viagem à Alemanha para visitar a família do Uli (os Zens), que vive na região do Vale do Rio Ruhr.

À beira de uma estrada, na Vila de Gahlen, situada às margens do rio Lippe, fica uma das “Bacias Dr. Kniepp”. Construída, em 1996, pelo clube local a partir de doações dos moradores da região, ela é usada por moradores, mas, também por qualquer turista que queira se beneficiar do tratamento.

Assista abaixo, como  foi nosso tratamento no Wasserbecken Kneipp/Gahlen, ou melhor, na Bacia Dr. Kneipp, em Gahlen.

Assine o nosso canal no You Tube para acompanhar nossos novos vídeos.

Fotos: Taliesi/Pixabay (destaque) e divulgação

Um comentário em “Água que cura

Deixe uma resposta

Maria Zulmira de Souza e Ulrich Zens

Maria Zulmira de Souza, a Zuzu, é jornalista pioneira na área de comunicação sobre sustentabilidade. Criou programas e séries mostrando como viver de forma sustentável no dia-a-dia. Conselheira de várias ONGs e instituições, dirige a Planetária Casa de Comunicação. Ulrich Zens, o Uli, é arquiteto paisagista alemão. Desde 1984, pratica o paisagismo multifuncional em projetos para espaços públicos na Alemanha, Arábia e Brasil. Veio a São Paulo por causa de uma história de amor. Eles formam o Casal Verde, aqui e no YouTube, para tratar de sustentabilidade, arquitetura, maturidade, arte e relações saudáveis.