
A Conferência de Bonn, que está sendo realizada na Alemanha, uma preparatória para a próxima Conferência das Nações Unidas para a Mudança do Clima, a COP30, foi marcada por críticas de representantes da sociedade civil e negociadores de vários países sobre os altos preços e a falta de opções de hospedagem em Belém, sede do evento em novembro.
O governo federal fez o que faz desde fevereiro: anunciou que lançará em breve uma plataforma oficial de acomodação – a nova data é até o fim deste mês – povoada com apenas 2,5 mil quartos no primeiro lote.
Em reunião em Bonn sobre a logística da COP30, o secretário extraordinário da Casa Civil para a COP30, Valter Correia, afirmou que serão disponibilizados 29 mil quartos e 55 mil leitos.
Segundo ele, a maior parte das opções será de aluguéis de curto prazo, que somam 16,5 mil quartos e 25 mil leitos. “Além disso, duas embarcações de cruzeiro estarão disponíveis para reservas até o final de junho, totalizando 3.882 cabines e cerca de 6 mil leitos.”
O objetivo declarado é garantir preços “proporcionais” em torno de US$ 100 (cerca de R$ 550) por diária.
“A questão do alojamento não é apenas logística. Ela é, fundamentalmente, uma questão de inclusão”, disse Tasneem Essop, diretora executiva da CAN (Climate Action Network) International, que representa mais de 1.300 organizações da sociedade civil.
Representantes de delegações reconheceram a importância da escolha de Belém, mas afirmaram que a situação atual ameaça a participação, principalmente de países em desenvolvimento. Até a representação da União Europeia manifestou preocupação em relação aos preços na reunião.
Apesar do protagonismo da agenda de logística nas discussões sobre a COP30, Correia disse que uma intervenção no mercado imobiliário “jamais foi cogitada”.
“Nunca falamos que alguém deverá dividir, não vamos fazer essa afirmativa, isso é opcional. Quando falamos que vamos garantir hospedagem para todos os delegados, todos os participantes, nós estamos afirmando isso. Só não colocamos no ar a plataforma ainda porque estamos aprimorando os mecanismos para oferecer os preços mais acessíveis”, alegou Correia.
“O presidente Lula acredita que a dimensão simbólica do local é mais importante do que alguns dos obstáculos que teremos que superar nos próximos meses. De qualquer forma, gostaria também de reforçar que a cidade estará especialmente preparada nesse momento. Haverá férias escolares e no serviço público durante o período da COP. Isso também ajudará bastante na questão da circulação”, disse o embaixador Corrêa do Lago.
*Texto publicado originalmente na newsletter do Observatório do Clima, em 24/06/25
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Foto de divulgação: Ricardo Stuckert/PR/Fotos Públicas





