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A janela como lupa: observação da natureza ao redor amplia repertório de sensações na quarentena

Dia desses, uma das alunas do nosso curso virtual Infância e Natureza expressou espanto e encanto dizendo que sua janela tinha se tornado uma lupa, que ampliava infinitamente o seu olhar. Ficamos maravilhadas. Que linda descoberta!

O fato de não podermos sair de casa tem nos levado a descobrir outras formas de nos conectar com a natureza e explorá-la. E, quando moramos em apartamento, aprendemos a direcionar lições e aprendizados de “fora de casa” – que fazem parte das vivências da formação que desenvolvemos em nossos trabalhos – para a janela. Com o corpo dentro de casa, mas a mente cada vez mais fora, temos recebido os mais surpreendentes relatos.

A percepção da janela como lupa contém a consciência de que, para ampliar a visão, é preciso silenciar a mente, se aquietar e focar a atenção, de modo que mais e mais elementos possam ser vistos sem termos que nos mover daquele mesmo ponto, ou seja, da janela.

Uma outra participante contou que começou a brincar com os pios de pássaros na companhia da filha, fazendo uso de um apito que imita os pios das aves. E, quando mal esperavam, perceberam que os passarinhos ao redor começaram a responder. Nossa, como essa janela se ampliou, com esses sons! Imaginem o tamanho do território sonoro que elas conquistaram…

Silenciar a mente e focar a atenção também são essenciais para observar as crianças, que são natureza pura. Em de querer que as crianças correspondam a “tal” ou “tal” comportamento, melhor seria observar como estão se movimentando, como estão percebendo e elaborando o mundo que as cerca. E, assim, aprender a ir além das expectativas do adulto, aprender com o que elas nos mostram.

Quando observamos uma planta ou um pássaro, podemos admirá-los, mas sem interferir em seu comportamento. O mesmo deveria acontecer com as crianças.

Elas sabem tudo o que precisam, pois nos observam com a atenção que não deveríamos perder nunca. Elas aprendem muito mais com os nossos gestos do que com nossas falas. Há momentos em que podemos/devemos interferir, evidentemente, mas estes podem ser poucos. 

Silenciar a mente e focar a atenção também são práticas essenciais para observarmos o mundo ao redor. O que vemos? O que está acontecendo agora? O que passamos a ver, que sempre esteve ali? Que movimentos são perceptíveis? Que aspectos da história da Terra, da história do mundo estamos observando diretamente com nossos olhos, sem o filtro do que vemos nas telas? 

Tudo o que é vivo tem uma sabedoria própria. Por isso, saber ver, ouvir, sentir é o caminho para uma compreensão mais apurada do mundo que nos cerca e talvez para a construção de novos mundos.

Recebemos tantos registros sensíveis de nossas alunas, que revelam a potência de suas experiências ao “abrir as janelas”, ao longo do primeiro mês da quarentena, que decidimos reuni-los em uma publicação: Janelas – Registros do Sentir. Clique e baixe o conteúdo gratuitamente para se inspirar. Depois conta pra gente como foi sua experiência na sua janela.

Foto: Makeila Piazza (destaque) e Bianca Sperb

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francisca silvana Eduardo da Silva
francisca silvana Eduardo da Silva
3 anos atrás

Estou encantada com esse trabalho

Gustavo Woltmann
Gustavo Woltmann
3 anos atrás

Muito lindo esse artigo, bem explicado.

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