Vote no Cataki!! Aplicativo que apoia catadores e incentiva a reciclagem é finalista em competição internacional de inovação social

Cataki é o aplicativo genial do projeto Pimp My Carroça, lançado em junho de 2017 e que está entre os finalistas da competição internacional de inovação social Chivas Venture. O prêmio é de 100 mil dólares mas, para ganhá-lo, o aplicativo precisa do seu voto. Vence quem receber a maior votação, claro! Então, vai lá no site da competição e apoie este projeto lindo. Basta seguir os passos indicados. É rápido e fácil!

Não faltam razões para votar no Cataki, quer ver?

Ele reúne mais de 1.400 catadores de materiais recicláveis e os conecta com pontos de coleta de quase 300 cidades brasileiras e a mais de 100 mil pessoas que acreditam na importância da coleta seletiva. Por isso, é chamado carinhosamente de Tinder da Reciclagem.

Esses números provam que a demanda por serviços de reciclagem existe! E tem mais.

Segundo estimativas do Cataki, há cerca de 800 mil catadores no país e 74 milhões pelo mundo. Ao mesmo tempo que o aplicativo visa incrementar a renda desses profissionais, promove a consciência sobre a coleta seletiva, a reciclagem e a sustentabilidade e, por consequência, a adesão à essa prática, tanto por parte de empresas como de consumidores.

O prêmio dessa competição vai ajudar o artivista Mundanocriador do Pimp My Carroça e do Cataki (na foto abaixo, de camisa rosa) – e sua equipe a criar um aplicativo de alta performance, uma plataforma mais nova e robusta com a qual “será possível coletar e medir dados relacionados a todos os aspectos do impacto ambiental e social dessa atividade. Com esse apoio, poderemos investir em rastreabilidade e gamificação”, destacam eles no site da competição. Investir em games é um sonho dessa turma porque poderá ajudar a cativar e conscientizar mais usuários por meio de desafios constantes e bonificações.

Mas este não será o primeiro reconhecimento internacional do Cataki. Em fevereiro de 2018, ganhou o prêmio internacional de inovação digital da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, com um detalhe: o aplicativo foi reconhecido tanto pelos cientistas que integraram o júri, como pela plateia presente à cerimônia de entrega dos prêmios em Paris. Como era época de Carnaval, Mundano e o parceiro Breno celebraram com confetes e muita alegria (abaixo).

Além de tudo disso, imagina o prestígio do aplicativo e dessa equipe sensacional pelo mundo se ele levar o Chivas Venture! Aí, o Cataki pode ganhar o mundo literalmente.

Como surgiu e como funciona o aplicativo

Sim, o lixo produzido por todos os brasileiros, todos os dias, deveria ser gerido habilmente pelos órgãos públicos e pelas empresas. É competência deles. E temos um Plano Nacional de Resíduos Sólidos, de 2011, que define bem a responsabilidade de cada um, inclusive a importância de implantar a logística reversa, ou seja, assumir a responsabilidade pelo resíduo produzido e trazê-lo de volta para a empresa para reutilização ou reciclagem. Mas o fato é que, hoje, apenas 17% dos brasileiros (cerca de 35 milhões de pessoas) têm acesso a programas municipais de coleta seletiva. E, nesse contexto, os catadores de materiais recicláveis têm papel imprescindível.

De acordo com o Ipea, eles são responsáveis por quase 90% de todo o material que é reciclado no Brasil. O artivista e grafiteiro Mundano sempre esteve atento a esse potencial transformador. Acompanha os catadores há cerca de 12 anos e, há sete, criou o projeto Pimp My Carroça. Com ele, reforma as carroças daqueles que chama de os verdadeiros agentes ambientais para que possam dar continuidade a seu trabalho de forma mais empoderada. E não está sozinho. Aos poucos, outros artivistas aderiram a esse movimento, participando de mutirões de pimpagem, e Mundano foi encontrando parceiros tão dedicados a essa transformação quanto ele. Escrevi sobre sua trajetória em janeiro de 2017, aqui, no Conexão Planeta.

Em 2016, sua inquietude somada à inventividade de alguns parceiros ajudou a criar o Cataki, que foi lançado em junho de 2017. O aplicativo conecta catadores de materiais recicláveis em busca de renda com consumidores e empresas interessados em promover a coleta seletiva e a reciclagem de seus resíduos.

Seu lançamento só foi possível por causa da criação e venda de obras de arte doadas (como a do lado, da Alma de Rua, em foto de Rivagbr) para a causa e cuja venda rendeu um capital-semente de 60 mil reais.

O desenvolvimento do aplicativo ainda contou com o apoio do Massachussets Institute of Technology (MIT), dos Estados Unidos, que, por meio de um projeto voluntário, leva estudantes para imersão de uma semana em outro país para aplicar os conhecimentos adquiridos no instituto.

Como já destaquei, hoje o Cataki reúne mais de 1400 catadores registrados – a maioria nas cidades de Recife, Roo de Janeiro e São Paulo – que poderão ajudar a reduzir os cerca de 5,7 bilhões de reais que o país perde todos os anos por não investirmos em reciclagem. Se ganhar o prêmio Chivas Venture a meta pode ser cumprida com maior velocidade.

Em geral, os catadores registrados no aplicativo se dedicam integralmente à coleta seletiva e conseguem obter renda entre 300 e 3 mil reais mensais. Mundano ainda lembra que, com o Cataki, alguns chegaram a dobrar sua renda. E há mais um detalhe interessante: seis a cada dez catadores se utilizam de carros ou pequenos caminhões para fazer a coleta, ou seja, estão cada vez mais profissionalizados.

Vale muito acompanhar o trabalho lindo de Mundano e do Pimp My Carroça pelas redes sociais. Mundano não para. Está sempre atuando de forma engajada – como no Carnaval, em campanha para apoiar os catadores e facilitar o trabalho deles durante essa festa de rua -, mas não só com eles.

Logo que aconteceu a tragédia de Brumadinho, por exemplo, ele foi até lá. Retirou lama tóxica do rio Paraopeba e mostrou, através de experimentos, o quanto ela está contaminada com metais. Também recriou quadros famosos com ela, como o Abaporu, de Tarsila do Amaral, e O Mestiço, de Cândido Portinari. Sempre chamando a atenção para o crime da Vale e sua postura diante dessa tragédia provocada.

Acompanhe nas redes sociais:
– Mundano, no Instagram e no Facebook.
– Pimp My Carroça, no Instagram e no Facebook.

Fotos: Divulgação/Cataki e Veridiana Sedeh (prêmio Unesco)

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Mônica Nunes

Jornalista com experiência em revistas e internet, escreveu sobre moda, luxo, saúde, educação financeira e sustentabilidade. Trabalhou durante 14 anos na Editora Abril. Foi editora na revista Claudia, no site feminino Paralela, e colaborou com Você S.A. e Capricho. Por oito anos, dirigiu o premiado site Planeta Sustentável, da mesma editora, considerado pela United Nations Foundation como o maior portal no tema. Integrou a Rede de Mulheres Líderes em Sustentabilidade e, em 2015, participou da conferência TEDxSãoPaulo.