Universidades de todo país estão produzindo máscaras e viseiras em impressoras 3D para ajudar profissionais de saúde

Universidades de todo país estão produzindo máscaras e viseiras em impressoras 3D para ajudar profissionais de saúde

Todos unidos contra o coronavírus. Cada um fazendo, da sua maneira, o que pode. Muitas indústrias já adaptaram suas linhas de produção para produzir álcool gel e outras, aparelhos médicos, os respiradores, para ajudar no tratamento dos casos mais graves de COVID-19. Já as mais famosas marcas da moda do mundo, como Prada, Gucci, Zara, Dior, H&M e Fendi, estão fabricando máscaras usadas por médicos/as e enfermeiros/as.

No Brasil, diversas universidades e instituições de ensino de todo país se mobilizaram também para atender a demanda por equipamentos de proteção aos profissionais de saúde.

No estado do Rio, graças a uma parceria entre a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da UFRJ, o Instituto Tércio Pacitti de Aplicações e Pesquisas Computacionais (NCE) e a Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio), estão sendo produzidos, em impressoras 3D, máscaras e protetores faciais (chamadas também de equipamento de Proteção Individual (EPI) ou viseiras faceshield), com suporte em plástico e visor em acetato.

As viseiras são usadas por cima da máscara, sobretudo durante o atendimento dos médicos aos pacientes internados em UTIs. Esses equipamentos foram utilizados na China e em outros países porque dão maior proteção e com eles, os médicos podem usar a máscara por mais tempo.

O Departamento de Artes e Design da PUC-Rio é um dos locais de produção das viseiras e máscaras, com 16 unidades de impressão. Além de fazer a fabricação digital, impressão 3D e corte laser, a instituição desenvolverá as máscaras N95 que também já estão em falta em algumas unidades de saúde.

O trabalho envolve diversas áreas. São médicos, engenheiros, professores e alunos, todos buscando ajudar no combate à pandemia do coronavírus.

“As pessoas estão fazendo nas suas próprias casas e em laboratórios independentes. Tem várias instituições auxiliando neste momento”, revelou Jorge Lopes, pesquisador da PUC-Rio, em entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo.  

Segundo a UFRJ, a produção de máscaras ainda precisará passar por avaliações de material e necessitará de aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas a previsão é de que, em breve, os equipamentos serão disponibilizados para os hospitais.

“A ação tem sido de fundamental importância para ganharmos tempo nessa luta insana. É importante que as pessoas possam enxergar o verdadeiro e relevante papel que a integração das universidades, centros de pesquisa, instituições e sociedade civil  pode ter em prol do bem-estar de nossa população”, ressalta o professor Guilherme Travassos.

No nordeste, o Instituto Federal da Paraíba (IFP) também está fabricando máscaras de proteção facial para os profissionais de saúde que irão trabalhar no tratamento de pacientes com o COVID-19.

“Nesse momento, o maior desafio é conseguir material, o acetato. Vamos usar toda matéria-prima que temos e tentar conseguir mais. É um trabalho de formiguinha, fazer parte de uma grande rede e ajudar”, afirma Michel Dias, coordenador de Infraestrutura do Polo de Inovação do IFP.

Já o projeto “Face shield for life 3D” envolve pesquisadores da Universidade Federal do Oeste da Bahia, Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública e Universidade do Estado da Bahia.

“Nós montamos um modelo de fábrica virtual. A pessoa que tem uma impressora 3D disponível, entra em contato com a gente. Depois de uma triagem para saber se ela tem o conhecimento e se conseguirá realizar a confecção do arquivo, já personalizamos a partir do arquivo original e ela entra no grupo para começar a produzir”, explicou Leandro Brito, doutor em modelagem computacional e professor da UFOB, ao portal G1.

Universidades de todo país estão produzindo máscaras e viseiras em impressoras 3D para ajudar profissionais de saúde

Modelo de viseira sendo impresso na Bahia

O objetivo do projeto baiano é atender a demanda do Hospital Couto Maia, em Salvador. A produção inicial para esta semana já era de 220 máscaras.

*Com informações das assessorias de imprensa da PUC-Rio e da UFRJ e do Instituto Federal da Paraíba

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Fotos: divulgação UFRJ e Leandro Brito/arquivo pessoal

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Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.