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#UmDiaNoParque: em 21 de julho, visite, se encante e proteja as unidades de conservação no Brasil!

Você gosta de aventuras radicais? Adora caminhar, andar de bike ou fazer trilhas no meio da floresta? É amante das aves ou das baleias e curte observá-las? Ama praia? Montanha? Pratica exercícios, yoga ou meditação ao ar livre? Prefere contemplar paisagens, como a da foto de Marcos Amend que ilustra este post, tranquilamente?

Seja lá qual for seu estilo, se engaje e incentive seus amigos e a família a participar da ação Um Dia no Parque, que acontecerá em 21 de julho em mais de 200 unidades de conservação (UCs) pelo país, que estão organizando inúmeras atividades para que os visitantes possam usufruir de seus cenários a partir de experiências diversas. E mais: para que descubram, também, outras formas de curtir os espaços naturais com consciência dos limites que garantem sua preservação.

Veja a programação completa, com a indicação das UCs e atividades que serão realizadas, no site do movimento e também pela página no Facebook. Nessa rede social e no Instagram, use a hashtag #UmDiaNoParque para divulgar suas publicações sobre sua experiência nesse dia. Para divulgar a campanha, foram criados memes lindos, indicando algumas das áreas protegidas que aderiram à campanha, como a que reproduzo acima e ao longo deste post.

Um novo olhar para a natureza

Um Dia no Parque tem a parceria da Coalizão Pró-Unidades de Conservação e é inspirada pela National Parks Week, dos Estados Unidos, iniciativa que incentiva os americanos a frequentar os parques para acampar, fazer trilhas, observar pássaros. Entre as áreas que já aderiram estão o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro (foto que ilustra este post), o Parque Nacional de Ubajara, Reserva Natural Serra das Almas e Parque Estadual Sítio Fundão, no Ceará, o Parque Nacional Fernando de Noronha, em Pernambuco (que o governo Bolsonaro colocará em risco com o fim da taxa ambiental), o Parque Nacional das Cavernas do Peruaçu, em Januária, e o Parque Estadual de Ibitipoca, em MG, os Parques Nacionais de Aparados da Serra e da Serra Geral, em Cambará do Sul (RS), a Floresta Nacional de Brasília, no Distrito Federal, Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná, só para citar algumas UCs participantes.

Este é o segundo ano da campanha, idealizada por Angela Kuczach , diretora-executiva da Rede Nacional Pró-Unidades de Conservação (Rede Pró-UC) com o objetivo de mostrar aos brasileiros que, perto de cada um, certamente, há uma unidade de conservação (que pode ser estadual ou municipal, muito além dos parques nacionais famosos que citei acima) e que o meio ambiente está mais perto do que imaginam, não sendo necessário, portanto, fazer grandes viagens para curtir a natureza.

“Quando idealizei a campanha, há pouco mais de dois anos, admirava o por do sol da varanda da minha casa. Percebi, naquele momento, que muita gente deve ter a natureza muito próxima de si e não se da conta”, contou ela. “Pesquisei o mapa das UCs do Brasil e vi que temos mais de duas mil – entre RPPNs, parques estaduais, nacionais, municipais, APAs, Resex e tantas outras categorias -, ou seja, o mais provável é que todos estão perto de uma área protegida, mas nem sempre conhecem ou sabem o que significa, qual sua importância, o que oferece…”.

Muito entusiasmada com o projeto que, em apenas um ano, aumentou em mais de 300% a adesão de UCs – “foram 65 em 2018” -, Angela acredita que ele pode mudar a relação dos brasileiros com as áreas protegidas. “Desde o início, nossa intenção era criar um dia de celebração para essas áreas que, em breve, se tornará uma data fixa no calendário. E que os brasileiros entendam, a cada ano e cada vez mais, a importância vital das unidades de conservação para nossas vidas”. Inclusive o que a falta de contato com a natureza pode causar a quem vive nos grandes centros urbanos.

Sim, Um Dia no Parque é muito mais do que uma data no calendário. Como explicou a ambientalista, este é um movimento catalisador de educação, de promoção, de fortalecimento, de engajamento e de mobilização da sociedade para as áreas protegidas. “Ele tem o poder de gerar uma cultura e uma força de defesa maior para estas áreas. A partir do momento em que eu entendo que a água que sai da minha torneira vem de um manancial daqui da Serra do Mar, perto de Curitiba, eu não aceito que essa área de manancial seja destruída por um empreendimento. Por isso, a campanha tem, sim, essa expectativa e está alcançando seu objetivo de uma forma bastante positiva”.

Sabe aquela ideia de que a gente só protege o que conhece? Pois é isso, mesmo! Os brasileiros precisam conhecer as áreas naturais – primeiro, as mais próximas de onde vivem, depois outras, mais distantes -, se encantar com elas, se conectar com tudo que oferecem e, naturalmente, passar a protegê-las. “Esse é o nosso grande objetivo!”, salienta Angela. Ainda mais num momento como o que estamos vivendo com o governo Bolsonaro, que não tem vocação alguma – nem interesse – para a proteção ambiental.

Claro que, como ela também destacou durante nossa conversa, o meio ambiente nunca esteve 100% protegido, e isso em qualquer governo. A diferença é que, agora, as ameaças são mais explícitas, sem subterfúgios, alardeadas ou executadas numa velocidade muito maior e fazem parte do projeto desenvolvimentista de Bolsonaro. “Com este governo, a gente vê esses ataques de forma muito clara, sem máscara, mas, historicamente, não existem momentos em que a área ambiental não tenha sido ameaçada”, ressalta Angela.

“Agora, nossa resposta (dos ambientalistas) tende a ser mais ágil e a gente se desespera mais porque esse processo está sendo feito em escala. Mas a gente sabe que as áreas protegidas sempre ‘vão brigar’ com o desenvolvimento. Não porque elas ‘sejam contrárias’ a ele, mas porque a proteção de áreas naturais vai contra interesses de uma minoria. Sempre existirá a intenção de construir uma ferrovia, uma estrada, uma hidrelétrica que vai ter que passar pelo meio de uma área protegida. E a gente sabe que estes são interesses muito pequenos diante dos benefícios que essas áreas geram para toda a sociedade”.

Por isso, é importante que os brasileiros compreendam a dimensão de seu patrimônio natural e possam brigar por ele. Seja qual for o governante e seus objetivos.

“E já que estamos falando de um país com a maior biodiversidade do planeta, temos também uma responsabilidade enorme perante a humanidade“, acrescenta animada. “Sou tão encantada com a campanha Um Dia no Parque, ela é tão bonita e carismática, que tenho certeza de que esse movimento vai fazer uma super diferença para a conservação da natureza daqui pra frente”.

“Não se pode privatizar UCs no Brasil!

Para finalizar a conversa, a diretora executiva da Rede Pró-UC fez questão de destacar a diferença entre privatização e concessão e contar porque apoia a concessão de serviços em parques nacionais.

“Na Rede Pró-UC, somos muito favoráveis a esse tipo concessão em áreas protegidas federais, como já acontece no Parque Nacional do Iguaçu, no da Tijuca, no de Fernando de Noronha, e que vai ser implementado em parques como o da Chapada dos Veadeiros e tantas outras áreas protegidas. Mas quero deixar claro que a gente defende que sejam gerados serviços de qualidade dentro das UCs e que isso se reflita em geração de economia, emprego renda pra toda a sociedade”. E continuou:

“Esta é uma bandeira que eu, como diretora da rede e idealizadora da campanha Um Dia no Parque defendo: a concessão ou a parceria público-privada, desde que respeitados os critérios técnicos, que tudo esteja conforme a lei. A Coalizão Pró-UCs, parceria na execução desta campanha, também apoia este sistema. Para nós, isso significa agir de acordo com a lei, dentro da legalidade, o que permite seguir as regras do SNUC, as leis de concessões…”.

Isto não significa, de modo algum, privatização, porque privatização não existe na nossa legislação, não se pode privatizar UCs no Brasi. Eu sei que esse termo tem ganho escala, mas a lei não permite”.

Foto: Marcos Amend

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