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Um Jardim Secreto da Economia Solidária

Se você mora em São Paulo, possivelmente já ouviu falar da Jardim Secreto Fair. É uma feira itinerante que reúne pequenos empreendedores e revela jardins escondidos pela cidade. Com curadoria de Claudia Kievel e Gladys Tchoport, ela já pousou sobre vários desses jardins, como no Centro Cultural São Paulo, na Praça Dom Orione no Bixiga, na Escola de Botânica, na Vila Butantan, no MIS, entre muitos outros espaços

A energia que move esse tipo de feira tem muita sintonia com a economia solidária, ao permitir que se compre diretamente de quem faz roupas, conservas, bijuterias, design, papelaria e uma série de outras possibilidades. E é essa sinergia que motivou a organização de uma edição especial Jardim Secreto Fair da Economia Solidária, que acontece no próximo dia 11 de novembro, no Museu da Imagem e do Som (MIS).

Nesta edição, 57 produtores locais expõem e comercializam seus produtos. São empreendimentos da economia solidária e pequenas marcas que trabalham em parceria com os empreendimentos. E há espaço para música, mesas de debate, oficinas e muito mais.

A edição temática surgiu a partir de uma experiência da Jardim Secreto Fair com marcas que trabalham com economia solidária e que participaram do Festival Transforma (evento também promovido pelas mesmas curadoras, que incentiva a troca de conhecimento manual e transformação de aprendizados).

Um painel sobre negócios solidários reuniu as marcas Maria Tangerina, SOMOS 55, Jouer Couture e Philadelphia Company, juntamente com a Rede Design Possível (falei sobre isso aqui no blog também). A criadora da marca Maria Tangerina, Priscila Cortez, começou a trabalhar com a Jardim Secreto e foi fomentando a ideia.

“Ficou muito clara a falta que esse assunto fazia em nosso universo. E começamos a conversar com a Priscila, que acabou virando nossa assistente, e como ela agora está super próxima do projeto, trouxe essa ideia. E a gente apoia muito isso, até porque várias marcas da Jardim Secreto já estão trabalhando com grupos de economia solidária, em parceria com a Unisol Brasil e outras redes”, diz Cláudia Kievel, uma das fundadoras da feira.

“Nossa expectativa é que mais marcas comecem a entender que promover o consumo consciente não é só fazer as coisas de forma justa para elas mesmas. Vai muito além disso. A gente pode ir muito além. Esperamos que o olhar de quem está produzindo se expanda e entenda que existem outros mundos e outras formas de trabalhar, outras realidades. Que há muitas semelhanças e diferenças, e a gente pode reunir essas diferenças. Que não são nada mais do que estilo de vida, talvez classe social, oportunidades, são barreiras sociais que só se a gente se unir vão ser cortadas. A nossa ideia é que as marcas criem e executem, apoiando quem não tem a mesma oportunidade de começar alguma coisa, alguma marca e ter rentabilidade”, avalia.

A programação começa às 12h e segue até às 20h no MIS. Além de dar uma banda por lá, conhecer os produtos e conversar com quem faz a economia solidária, recomendo aproveitar o Festival Transforma, que inclui três painéis interessantes:

1. Painel Transparência, que promoverá conversas sobre produção (espaço para discussão sobre a cadeia produtiva com marcas e grupos envolvidos com a economia solidária);

2. Painel Consumo, espaço para discussão sobre consumo consciente com representantes da economia solidária, regócios sociais e grupos de troca, e contará com a participação de grupos que já mencionei aqui no blog em outros posts, como a Rede Design Possível, a Rede Articulando e a Charlotte Arte em Costura;

3. Painel Co-criação, que
oferece oficinas a partir das 12h30, incluindo produção de ecobags, estamparia digital, estamparia manual e reparo de objetos.

Será uma boa oportunidade para um ‘banho de loja’ todinho de produtos da economia solidária. Confira a programação completa clicando aqui.

Artesanato no hotel

Uma outra iniciativa, que já abordei aqui no blog, prepara-se também para implementar um projeto piloto nos dias 9 e 10 de novembro, no Hotel Travel Inn Ibirapuera. Trata-se de uma parceria entre a Rede Articulando e a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de São Paulo (ABIH-SP), que vai levar artesanato solidário para dentro dos hotéis.

A intenção é divulgar o artesanato, promover o trabalho artesanal e valorizar as peças desenvolvidas em São Paulo. Displays especiais para a exposição dos itens foram desenvolvidos pela Rede Articulando, em harmonia com o foyer do hotel. Serão expostos e comercializados produtos em cerâmica, toy art, acessórios, bolsas e outros itens para decoração.

O público do hotel inclui turistas e também executivos, pessoas que lá estão hospedadas a trabalho. A seleção dos itens levou isso em consideração. Em acordo com a direção do hotel e a ABIH, esse piloto acontecerá em horário determinado pelo maior trânsito e presença dos hóspedes, entre 19h e 22h. É um primeiro teste, que ajudará a modular a proposta.

“A gente acha que, a partir dessa experiência, outras unidades e outros hotéis vão se interessar e, então, teremos outras oportunidades para trazer mais artesanato e para disseminá-lo para esse público”, diz Julia Asche, uma das fundadoras da Rede Articulando.

“Essa nova parceria mostra que, no artesanato, e também na rede hoteleira, é possível inovar, sair desse modelo tradicional de feiras de rua e migrar para um ambiente que por si só já valoriza o profissional do artesanato e a sua arte. Temos certeza que esse modelo tem tudo para ser replicado e disseminado por toda São Paulo, em várias redes hoteleiras”, avalia Marina Prudente de Toledo, também da Rede Articulando.

Criada em 2015 com o objetivo de realizar projetos para a promoção e desenvolvimento do artesanato, a Rede busca valorizar, informar, divulgar, comercializar e capacitar artesãos e artesãs paulistas e paulistanos. Além de constituir representatividade para esses profissionais, busca aproximá-los dos princípios da economia solidária.

O grupo facilita a participação em feiras e eventos de parceiros e promove articulações, além de ajudar na construção de propostas de políticas públicas ou demandas específicas.

Foto: Divulgação Jardim Secreto Fair/Coletivo Poraquê

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