Tubarão-baleia entra na lista de animais ameaçados de extinção

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O maior peixe dos oceanos pode desaparecer do planeta. O tubarão-baleia (Rhincodon typus) acaba de entrar na lista vermelha das espécies em risco de extinção da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês).

Nos últimos 75 anos, a população de tubarão-baleia caiu pela metade no mundo. De acordo com a IUCN, a principal causa é a caça ilegal e a morte provocada por propulsores (hélices) de navios e barcos. Lento para se movimentar, ele é atingido pelas embarcações da indústria pesqueira. Até então, a espécie era considerada “vulnerável à extinção” porque apenas 30% do número total de indivíduos tinham sido mortos. Agora esta porcentagem subiu para 50%.

“É alarmante ver que uma espécie tão emblemática está rumando para a extinção”, afirmou Jane Smart, diretora do Programa Global de Espécies da IUCN. “A nova lista mostra como é urgente a necessidade de agir estrategicamente para proteger a incrível diversidade de vida do planeta. Oceanos e florestas continuarão a nos fornecer alimento e outros benefícios se preservamos a capacidade deles para fazer isso”.

Tendo como habitat áreas de água tropicais e temperadas, o tubarão-baleia é encontrado em regiões do Oceano Atlântico e Indo-Pacífico. Seu tamanho médio é de 12 mt, mas pode atingir até 20 mt e pesar 15 toneladas. Inofensivo, ele alimenta-se de espécies invertebradas, pequenos polvos, algas e plâncton (micro-organismos marinhos).

Além do Rhincodon typus, a recém-divulgada lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza cita também o Eusphyra blochii, uma espécie de tubarão-martelo, como correndo risco de ser extinto. Seu principal inimigo são as redes de pesca, onde acaba preso e morto. Em um levantamento feito na Indonésia, entre 20 mil tubarões contabilizados, só havia um único Eusphyra blochii.

Outra espécie que aparece na lista vermelha é o orangotango de Bornéu, que habitat a ilha localizada no sudeste da Ásia. Maior símio deste continente, restam somente 100 mil indivíduos. A IUCN estima que 2 a 3 mil orangotangos morram por ano assassinados por caçadores. Só para se ter uma ideia, em 1973, a população da espécie chegava a quase 290 mil indivíduos. Hoje acredita-se que sejam 47 mil.

Em setembro, no Havaí, durante o IUCN World Conservation Congress 2016, a entidade vai divulgar um relatório completo sobre os animais ameaçados do planeta.

 

Foto: Aneo/Creative Commons/Flickr

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Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.