The Hive: o mundo extraordinário das abelhas no Kew Gardens, em Londres

The Hive no Kew Gardens

Depois de um longo e cinzento inverno, os britânicos estão prontos para os dias mais longos e ensolarados que chegam com a primavera. Os supermercados e as lojas de jardinagem enchem as prateleiras com mudas, sementes, vasos de flores e apetrechos como luvas, pás e ancinhos. E os jardineiros, sejam amadores ou profissionais, colocam, novamente, a mão na terra.

Mas não são só eles que estão ansiosos com a nova estação. Voando apressadas, de uma flor a outra, as abelhas não perdem um minuto para aproveitar ao máximo a época da florada das tulipas, rosas, lavandas, margaridas…

Em Londres, há um lugar mais do que especial para ver de perto toda esta exuberância da natureza e mais especificamente, das abelhas: no Kew Royal Botanic Gardens, ou simplesmente, Kew Gardens. Ele é o jardim botânico da capital da Inglaterra. Fundado em 1840, é considerado a maior e mais diversa coleção de espécies botânicas do mundo. Nele há mais de 30 mil tipos diferentes de plantas e sua biblioteca possui cerca de 750 mil volumes e 175 mil gravuras e desenhos de plantas. É um dos principais centros de excelência global de pesquisas de fungos e flora.

Para quem visita Kew Gardens, vale reservar um dia inteiro para o passeio. O lugar é imenso. Olhe a previsão do tempo e tente agendar quando estiver sol (eu sei, coisa rara em Londres, mas de vez em quando acontece!), assim ele ficará ainda mais bonito. Há um pequeno ônibus que circula por todo o parque, mas o ideal mesmo é fazer o percurso caminhando. São muitos jardins e estufas, que devem ser apreciados com calma.

Cansou? Dá uma paradinha nos vários cafés e restaurantes disponíveis. Aproveita para tomar um chá inglês! 

Primavera no Kew Gardens

Em abril deste ano, foi reinaugurada, depois de anos de restauração, a Temperate House – a maior casa de vidro com estilo Vitoriano do mundo. Simplesmente linda! Dentro dela, em ambiente climatizado, estão algumas das espécies de flores mais exóticas do planeta.


A gigantesca estufa de vidro da era da rainha Vitória

E outra das principais atrações do Kew Gardens é a The Hive (A Colméia, em português). A instalação de 17 metros foi criada pelo artista Wolfgang Buttress para o pavilhão britânico da Milan Expo, em 2015. Fez tanto sucesso, que foi trazida para Londres e ficou de vez aqui.

A inspiração para a construção da extraordinária obra veio de um estudo científico, em que pesquisadores analisaram como as abelhas vibram e se comunicam entre si. Por isso mesmo, a The Hive foi feita para ser uma experiência multi-sensorial para os visitantes.

A instalação tem 17 metros de altura 

Os sons e as luzes que são ouvidos dentro da instalação são ativados pela energia produzida em uma colmeia de verdade. A intensidade deles muda constantemente, revelando como é intenso e frenético o trabalho das abelhas.

“Muitas vezes você consegue dizer mais quando fala ou suspira, em vez de gritar”, acredita Buttress.

The Hive iluminada durante a noite

A estrutura, que pesa 40 toneladas, é formada por 170 mil pequenas peças de alumínio e 1 mil lâmpadas LED. Demorou quatro meses para ser remontada no Kew Gardens. Ao seu redor, há campos de flores selvagens para atrair ao local as mais de dez espécies de abelhas observadas ali.

Quando foi construída para a exposição de Milão, o grande objetivo da The Hive era chamar a atenção das pessoas para a importância dos insetos polinizadores e seu papel para garantir a segurança alimentar no planeta. No mundo todo, há uma queda da população de abelhas, causadas, sobretudo, pelo desmatamento e uso de pesticidas.

A colmeia gigante vista debaixo

Então, se Londres estiver no seu roteiro de viagens, não deixe de ir ao Kew Gardens. A entrada, que custa cerca de £17, já inclui a visita na The Hive. Dica: compre o ingresso online que há desconto. Pouco, mas qualquer libra economizada vale a pena.


Fotos: divulgação Kew Gardens

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Suzana Camargo

Jornalista, já passou por rádio, TV, revista e internet. Foi editora de jornalismo da Rede Globo, em Curitiba, onde trabalhou durante 6 anos. Entre 2007 e 2011, morou na Suíça, de onde colaborou para publicações brasileiras, entre elas, Exame, Claudia, Elle, Superinteressante e Planeta Sustentável. Desde 2008 , escreve sobre temas como mudanças climáticas, energias renováveis e meio ambiente. Depois de dois anos e meio em Londres, vive agora em Washington D.C.