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Tartaruga tem anzol retirado do esôfago em cirurgia bem-sucedida

Tartaruga tem anzol retirado do esôfago em cirurgia bem-sucedida

Depois de muito sofrimento, felizmente, a história da tartaruga marinha cabeçuda (Caretta caretta), resgatada em Itanhaém, no litoral de São Paulo, com um anzol alojado no esôfago, caminha para um final feliz.

O animal foi encontrado por moradores na Praia dos Campos Elíseos, em meados de abril. Com 44 kg, é mais uma vítima da pesca de espinhel (aquelas de cordas compridas). Ingerido acidentalmente, o apetrecho em forma de “J” foi engolido pela tartaruga e ficou preso, algo que acontece frequentemente, e em geral, leva à morte.

Na sexta-feira (27/04), a tartaruga cabeçuda passou por uma cirurgia. A equipe do Instituto Gremar – Pesquisa, Educação e Gestão de Fauna realizou uma laparoscopia para a retirada do anzol.

A tartaruga durante o procedimento

Segundo a organização, embora ainda sob tratamento para recuperar-se de um quadro de pneumonia, a tartaruga apresenta bons sinais pós-operatórios no geral. Alimenta-se com frequência, nada com relativa desenvoltura e já eliminou o restante da linha que se prendia ao anzol. Diante deste quadro, neste momento os prognósticos para soltura são favoráveis.

O trabalho feito pelo Gremar é vital para a preservação da vida marinha no litoral de São Paulo. O instituto faz o monitoramento de praias da bacia de Santos para avaliar o impacto da produção de petróleo na região sobre aves, tartarugas e mamíferos e também, o resgate de animais feridos, contando, neste caso, com a ajuda da comunidade local que dá o alerta quando algum é encontrado.

Em agosto do ano passado, mostramos neste outro post, o retorno de tartarugas ao mar, depois do resgate e tratamento feito pela ONG.

Há anos o Projeto Tamar, que também trabalha pela proteção das tartarugas marinhas, tem feito esforços para conscientizar pescadores da importância da adoção de anzóis circulares, tipo “G” (gancho), no lugar de anzóis tipo “J”, mais letais para as tartarugas marinhas. Feito de metal e sem argola, o circular tem ponta curva, virada em direção à haste, desta maneira, a chance da tartaruga se soltar é maior, além de não ter o céu da boca perfurado.


O anzol circular, na esquerda, que deve ser usado no lugar do em formato
de “J”, na esquerda, responsável por muitas mortes de tartarugas

De acordo com um projeto piloto realizado pelo Tamar, a troca dos anzóis diminuiu a captura das tartarugas marinhas em até 60% para duas espécies que ocorrem no Brasil: a cabeçuda (em perigo de extinção) e a tartaruga-de-couro (criticamente ameaçada), sem prejudicar a produção pesqueira.

Em 2017, os Ministérios do Meio Ambiente e da Indústria, Comércio Exterior e Serviços determinaram a substituição do anzol “J” pelo “G” nos espinhéis, mas a medida só entra em vigor em 1º de novembro de 2018.


A tartaruga nadando, já recuperada, após a cirurgia

Fotos: divulgação Instituto Gremar e Projeto Tamar (anzóis) 

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Sandra Cunha
Sandra Cunha
5 anos atrás

Belo trabalho do GREMAR.

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