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Supermercado mineiro dá exemplo e há seis anos só usa sacolas reutilizáveis

Supermercado mineiro dá exemplo e há seis anos só usa sacolas reutilizáveis

O que era para ser um objeto prático e útil do dia-a-dia, tornou-se um dos maiores problemas ambientais da humanidade: a sacola plástica. A produção e o descarte em quantidades irracionais fizeram com que este resíduo não só entulhe lixões e aterros sanitários, levando centenas de anos para se decompor, mas o pior de tudo, polua os oceanos do planeta, matando animais.

Enquanto que em diversos países a distribuição das sacolas plásticas já é cobrada ou proibida, no Brasil, a regulamentação nesse setor ainda engatinha. Algumas cidades, como São Paulo e Belo Horizonte, tentaram impor uma legislação mais rígida, mas acabaram sendo derrotadas pelo lobby das indústrias fabricantes ou por uma polêmica sem fundamento.

Mas, felizmente, há bons exemplos. Um deles vem de Belo Horizonte. Desde 2011, a rede de supermercados Verdemar, com 12 lojas na capital mineira, não distribui mais sacolas plásticas. Segundo a marca, eles seriam os únicos do segmento supermercadista brasileiro que mantém a prática.

“Entendemos que precisamos fazer nossa parte para a manutenção de um planeta sustentável. Por isso, lançamos a ideia para o mercado e bancamos o risco de sermos questionados”, diz Alexandre Poni, um dos sócios da rede.

Há seis anos começaram as discussões em Belo Horizonte sobre a redução do uso de sacolas plásticas nos estabelecimentos varejistas, motivadas pelo projeto de Lei 9.529/08, que proibia o uso na capital. Mas, em 2014, uma nova lei revogou a anterior e estabeleceu que os supermercados deveriam oferecer aos clientes sacolas recicláveis, biodegradáveis ou oxibiodegradáveis.

O que acontece, infelizmente, é que se sabe que muitas sacolas “ditas” biodegradáveis não o são na realidade. E as recicláveis acabam indo parar em aterros sanitários, rios e oceanos.

“Na época ​em que abolimos a distribuição das sacolas descartáveis, ​o assunto estava sendo bastante discutido em BH. Acredito que isso nos ajudou na conscientização​ de forma geral”, afirma Poni. “Também tivemos ações de divulgação nas lojas, por meio de cartazes, plotagens, divulgação em nossos folhetos e revista, ações de divulgação junto à imprensa, além de treinamento com os funcionários para atendimento aos clientes no período de transição”.

Hallison Moreira e Alexandre Poni, sócios da rede de supermercados mineira 

Para Poni, a maioria dos clientes da rede reagiu de forma positiva e apoiou a iniciativa. “Conseguimos, rapidamente, a adesão dos nossos clientes, que entendem, valorizam e praticam no dia a dia a erradicação do uso de sacolas descartáveis. Eles trazem suas próprias sacolas ou levam os produtos em caixas de papelão, que disponibilizamos do estoque​”, conta.

Para engajar mais ainda os clientes na mudança de comportamento, a Verdemar disponibiliza uma coleção de sacolas reutilizáveis com design assinado pelo estilista (também) mineiro Ronaldo Fraga. As estampas homenageiam cartões postais da cidade, como o Mineirão, a Igreja da Pampulha, o Cine Brasil, o Parque Municipal e praças da capital. “A coleção vem reafirmar nossa preocupação pela erradicação do uso de sacolas plásticas. Junto com as estampas do Ronaldo Fraga, se torna uma forma fashion de ser ecologicamente correto”, destaca Poni.

Sacola reutilizável desenhada por Ronaldo Fraga com a Praça do Papa

A Associação Mineira de Supermercados (AMIS) estima que, em 2011, o consumo diário de sacolas de plástico na capital era de 450 mil unidades. Apesar de não ser realizado um levantamento formal sobre estes números, a entidade acredita que hoje ele seja 20% menor do que há seis anos.

Outros exemplos, vindo do exterior, comprovam que iniciativas como a do supermercado mineiro, quando feitas em conjunto, podem ter grande impacto. Recentemente noticiamos aqui como em apenas um ano, Israel reduziu pela metade o descarte de sacolas plásticas em seu litoral, depois de proibir a distribuição das mesmas nos supermercados. Já na Inglaterra, onde se instituiu a cobrança das sacolinhas, em 2015, em seis meses, os ingleses deixaram de usar 6 bilhões de sacolas plásticas (leia mais aqui).

Já está mais do que na hora do governo brasileiro legislar sobre o assunto. E você pode pressioná-lo a fazer isso. Assine já a proposta de Ideia Legislativa que pede a proibição e a distribuição de canudos, sacolas plásticas e o uso de microplástico em cosméticos no Brasil.

Fotos: divulgação/Ignácio Costa

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