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SeaWorld acaba com reprodução de baleias orca em cativeiro

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Desde que o documentário BlackFish: fúria animal foi lançado, em 2013, o SeaWorld nunca mais foi o mesmo. Exibido em vários festivais de cinema, durante um ano (novembro de 2014 a 2015) o filme invadiu as casas das famílias norte-americanas exaustivamente pela CNN, o que pode ter ajudado a ampliar a consciência sobre a gravidade desse negócio, além de ter preparado terreno para outras ações importantes no ano passado.

Em março, o ex-treinador do parque, John Hagrove, lançou livro condenando o tratamento de orcas por lá adotado; em outubro, a Comissão Costeira da Califórnia condicionou a reforma do parque aquático ao término da reprodução das orcas em cativeiro e o deputado Adam Schiff introduziu a Lei Orca (Orca Act) para acabar com essa prática.

Tanta pressão culminou, em novembro do ano passado com a decisão do parque aquático da cidade de San Diego, na Califórnia, de começar a reduzir as performances de longa duração e substituí-las por experiências educacionais, como noticiamos aqui. E, ontem, sua direção divulgou mais uma boa notícia: vai encerrar a reprodução de baleias orca em cativeiro. Ou seja, a atual geração – que ainda tem novos membros como a Orca Amaya que nasceu no SeaWorld San Diego em dezembro de 2014 e o bebê de Takara, que está a caminho – é a última que será mantida pelo parque que ainda se compromete a não retirar mais mamíferos marinhos de seu habitat natural. A última vez que isso aconteceu com uma orca foi há 40 anos.

Aplaudida por ativistas dos direitos dos animais em todo o mundo, a medida anunciada responde a pedidos incansáveis desses que lutam pelo fechamento desses parques há anos. E também ao comportamento do público, que praticamente abandonou os shows acrobáticos. Entre 2014 e 2015, os lucros caíram 84% e a empresa teve que voltar atrás e repensar a natureza de sua operação, para restaurar sua imagem que, como anunciou em seu site, é mais afinada com a proteção do meio ambiente: “O Seaworld ouviu. A sociedade está mudando e nós estamos mudando com ela”.

“Ao fazer desta a última geração de orcas criadas por nós e reinventar a forma como o público vai conhecer estes belos animais daqui pra frente, estamos cumprindo nossa missão de fornecer as experiências que realmente são importantes”, disse Joel Manby, presidente e CEO do SeaWorld, ao jornal The Guardian. E, apesar dos insistentes pedidos dos ativistas, a empresa rejeitou completamente a libertação das orcas que vivem em seus tanques no oceano porque não sobreviveriam. Entre os argumentos está o fato de que não conseguiriam disputar alimento, nem se defender de predadores; além disso, seriam expostas a doenças e à poluição.

Agora, as orcas continuarão no SeaWorld com uma nova missão: inspirar as pessoas a proteger os animais e os ambientes naturais, em atividades educativas.  Em vez de treinar baleias para executar truques em troca de comida, o parque temático introduzirá encontros mais inspiradores e naturais com as orcas. As piscinas do parque de San Diego, por exemplo, serão reformadas para representar mais de perto esse ambiente e deverão começar a funcionar em 2017, antes dos parques de San Antonio e Orlando, que ficarão prontos apenas em 2019.

Parceria com Humane Society

Faz parte da estratégia de sobrevivência do SeaWorld o estabelecimento de parcerias com organizações pelos direitos animais como a Humane Society (HS) para a qual se comprometeu a doar US$ 50 milhões, nos próximos cinco anos, para campanhas contra a pesca ilegal de baleias e focas e a remoção das barbatanas de tubarão.

Para quem quiser se engajar em campanhas desse tipo, a HS mantém uma petição pelo fim da manutenção de orcas em cativeiro.

Engajar é preciso

Em artigo para o jornal Los Angeles Times, Manby fez questão de lembrar que, nos anos 60, as orcas eram temidas, odiadas e caçadas e que isso mudou: hoje, elas estão entre os mamíferos mais amados do planeta. Ele acredita (!), ainda, que foram parques como o SeaWorld que ajudaram a criar esse amor do público pelas baleias.

Cada um acredita no que quer, mas as mudanças de rota na estratégia do seu negócio – que tem 11 unidades espalhadas pelo mundo – são mais uma prova de que é possível mudar o que está posto com ações efetivas, e acreditando que isso é possível. Se o público não tivesse se engajado, nada disso estaria acontecendo.

O documentário

BlackFish revela o tratamento cruel a que sempre foram submetidas as orcas dos parques do SeaWorld espalhados pelo mundo, que começa na sua captura, quando ainda filhotes, nos oceanos. Em algum momento, essa prática resultaria em tragédia e isso aconteceu quando o macho Tilikum – a orca mais famosa e também a mais agressiva – matou sua treinadora, entre outras pessoas, em 2010. Em março de 2015, o parque anunciou que a saúde de Tilikum estava abalada e que ele teria uma infecção pulmonar causada por uma bactéria rara e resistente. Não há notícias mais recentes sobre ele.

Agora, assista ao trailer:

Foto: Schmid-Reportagen/Pixabay

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