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Sabedoria indígena contra as mudanças climáticas: líderes criam rede de acesso a financiamento

Temer é denunciado nas Nações Unidas por ataques aos direitos dos povos indígenas

Com o apoio do Fundo Verde para o Clima, a FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura reuniu representantes de 25 organizações internacionais de povos indígenas oriundas de 18 países da América Latina e Caribe, além de autoridades de governos e especialistas internacionais, de 18 a 20 de fevereiro, em Manágua, na Nicarágua.

O objetivo do Primeiro Diálogo Regional dos Povos Indígenas da América Latina e Caribe foi debater meios de fortalecer os conhecimentos das lideranças indígenas no combate às mudanças do clima, sua mitigação e adaptação e também resolver problemas ambientais, a partir da utilização de mecanismos de financiamento.

Myrna Cunningham, presidente do FILAC – Fundo para o Desenvolvimento dos Povos Indígenas da America Latina e Caribe destacou que, “para enfrentar a mudança climática, devemos recorrer à sabedoria dos nossos antepassados e, nesse esforço, cada um de nós, sejamos indígenas ou não, temos que levar a sério seus ensinamentos, o que esperamos para os nossos descendentes e a responsabilidade que todos temos, ao longo do tempo e no mundo, de atuar no presente”.

E destacou as contribuições desses povos na conservação ambiental: “Não é coincidência que os parques nacionais de Petén, na Guatemala, com poucos funcionários, queimem sem controle, enquanto que os bosques administrados pelas comunidades (indígenas) praticamente não tenham sofrido com incêndios florestais”.

Ivan Léon, representante da FAO na Nicarágua, lembrou que a instituição tem, como prioridade, promover a Políticas sobre Povos Indígenas, aprovadas em 2011 pelo Fundo Verde. E Sam Johnson, especialista indígena desse organismo de financiamento, acrescentou que, “depois da adoção da Política de Povos Indígenas do Fundo Verde para o Clima daremos um passo importante na conversão das palavras da política em ação”. Em resumo: passar da intenção para a ação efetiva.

E foi o que aconteceu! Durante o encontro, foi lançada a Rede de Especialistas Indígenas em Finanças do Clima, que reunirá 17 lideranças da América Latina e Caribe com o intuito de promover a participação dos povos indígenas em programas de financiamento nacionais e internacionais. Dessa forma, será possível garantir inclusão, transparência, responsabilidade e eficácia nos processos de alocação de verba para ações climáticas.

A intenção é transformar a rede em referência técnica na formulação participativa dos projetos do Fundo Verde. “Esta reunião gerou muitas ideias concretas e promoveu relações pessoais e redes de trabalho em desenvolvimento. Espero ansiosamente trabalhar com os participantes do evento para transformar essas ideias em atividades do Fundo Verde para o Clima”, afirmou a conselheira regional da América Latina da instituição, Mayté González.

O Fundo Verde

Ele foi criado em 2010 na Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática para contribuir, de maneira significativa e ambiciosa, com as metas impostas pela comunidade internacional para combater as mudanças climáticas.

Para tanto, o organismo financia projetos e programas de mitigação e adaptação do setor público e/ou privado, de forma que promovam o desenvolvimento de baixo carbono e resiliente ao clima.

Importante dizer que a FAO apoia, em nível global, a formulação de diversos projetos apresentados ao Secretariado do fundo, a fim de financiar iniciativas destinadas a combater as mudanças climáticas.

Fonte: ONU

Foto: Thiago Gomes / Agência Pará

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